
O ano de 2024 será o mais quente da história e o primeiro a ultrapassar o limite de aquecimento de 1,5°C em relação ao período pré-industrial, conforme anunciou nesta segunda-feira (9) o observatório europeu Copernicus. Este marco supera a meta ambiciosa do Acordo de Paris, que busca conter o aquecimento global.
De acordo com o Serviço de Mudança Climática do Copernicus (C3S), novembro de 2024 registrou a segunda maior temperatura da história para o mês, ficando 1,62°C acima da média pré-industrial. Este é o 16º dos últimos 17 meses com anomalias superiores a 1,5°C.
Embora o aquecimento global atual seja de 1,3°C, especialistas do IPCC projetam que a média de 1,5°C será atingida entre 2030 e 2035. No entanto, o limite simbólico foi temporariamente superado devido à combinação do aquecimento climático induzido pelo homem e do fenômeno natural El Niño.
Impactos econômicos e climáticos
Catástrofes naturais em 2024 geraram perdas econômicas estimadas em US$ 310 bilhões, conforme relatório da Swiss Re, com destaque para tufões devastadores na Ásia, secas históricas na África Austral e na Amazônia, e recordes de derretimento de gelo na Antártica.
Segundo a ONU, as políticas climáticas atuais colocam o planeta em rota de aquecimento de até 3,1°C neste século, muito acima dos objetivos globais. Mesmo com promessas de financiamento climático de US$ 300 bilhões anuais até 2035, países em desenvolvimento demandam mais apoio para lidar com os danos climáticos.
Desafios futuros
Além do impacto do El Niño, cientistas alertam para mudanças na cobertura de nuvens de baixa altitude e no derretimento de gelo, que podem agravar o aquecimento. Pesquisas indicam que a Terra está refletindo menos energia solar ao espaço, contribuindo para o aumento das temperaturas.
A COP29, realizada recentemente em Baku, terminou sem um compromisso claro de acelerar a transição energética, reforçando a urgência de ações mais efetivas para mitigar o aquecimento global e seus efeitos.