A luta entre a boxeadora italiana Angela Carini e a pugilista transexual argelina Imane Khelif nas Olimpíadas de Paris 2024, nesta quinta-feira (1º), durou apenas 46 segundos. Carini abandonou a disputa na categoria de até 66 kg do boxe feminino, alegando dores intensas no nariz após dois socos da adversária. A italiana de 25 anos jogou seu capacete no chão e declarou “isso é injusto” antes de sair do ringue.

Aos 30 segundos de luta, Carini foi até seu treinador para ajustar o capacete, mas ao retornar, decidiu parar definitivamente. O oficial da luta segurou as mãos das duas pugilistas e levantou a de Khelif, declarando-a vencedora. Carini, entretanto, retirou sua mão e caiu de joelhos, chorando.

Khelif e outra boxeadora trans, a taiwanesa Lin Yu-ting, foram inicialmente reprovadas em um teste de gênero devido aos altos níveis de testosterona – ambas nasceram como homens biológicos – e foram desclassificadas pela Associação Internacional de Boxe (IBA) no mundial do ano passado. No entanto, o Comitê Olímpico Internacional (COI) autorizou a participação das duas atletas nos Jogos de Paris.

“ERA IMPOSSÍVEL CONTINUAR”

Segundo o Daily Mail, após a partida, Carini desabafou para a imprensa, afirmando que, embora esteja acostumada a sofrer, nunca havia levado um soco tão forte em sua vida.

“Estou acostumada a sofrer. Nunca levei um soco assim, é impossível continuar. Não sou ninguém para dizer que é ilegal. Entrei no ringue para lutar. Mas não senti mais vontade depois do primeiro minuto. Comecei a sentir uma dor forte no nariz. Não desisti, mas um soco doeu demais, e então falei ‘chega’. Vou embora de cabeça erguida”, declarou.

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