
O atentado ocorrido na noite de quarta-feira (13) nas proximidades do Supremo Tribunal Federal (STF) foi, segundo o ministro Alexandre de Moraes, estimulado pela polarização política no Brasil nos últimos anos e pelo “gabinete do ódio”, criado durante o governo de Jair Bolsonaro.
Moraes afirmou que o atentado não é um evento isolado, mas parte de um contexto mais amplo, que inclui discursos de ódio dirigidos contra as instituições, o Judiciário e, especialmente, o STF. “O que ocorreu ontem é resultado de algo que começou lá atrás, com o gabinete do ódio espalhando ataques a ministros do STF e suas famílias. Isso gerou descrédito nas instituições e culminou no 8 de janeiro”, disse.
O “gabinete do ódio” foi um núcleo de assessores de Bolsonaro, segundo investigações da Polícia Federal, dedicado à disseminação de fake news e ataques a opositores. Moraes também afirmou que o atentado reforça a necessidade de não conceder anistia aos condenados pelos ataques de 8 de janeiro às sedes dos Três Poderes e de regulamentar as redes sociais.
Durante sessão no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o ministro enfatizou a importância da união das autoridades para garantir a responsabilização plena de quem atenta contra a democracia. “A impunidade gera mais impunidade”, alertou.
Moraes ressaltou que a pacificação do país só será possível se todos os criminosos forem responsabilizados, reforçando que não há espaço para anistia. “Criminoso anistiado é criminoso impune, e isso gera mais criminalidade, como vimos ontem, com a tentativa de explodir o STF. Esse foi talvez o atentado mais grave contra o tribunal, depois do 8 de janeiro”, concluiu.


