Em Manaus, o controle das organizações que representam motoristas e trabalhadores do transporte permanece concentrado nas mãos de uma mesma família. Apesar de responder a acusações graves, Givancir de Oliveira continua como principal liderança dos rodoviários e reassumiu o comando mesmo depois de ter sido preso por suspeita de homicídio.
Já seu irmão, Josildo de Oliveira, garantiu recentemente a presidência do sindicato que reúne profissionais do transporte alternativo e de rotas especiais, ampliando ainda mais a influência do clã sobre o setor.
Enquanto isso, motoristas e cobradores denunciam abandono, ausência de transparência e perseguições internas a quem questiona a estrutura sindical. Muitos relatam que as entidades deixaram de defender interesses coletivos para virar ferramentas de acordos particulares, resultando em demissões, perda de direitos e precarização das condições de trabalho.
O histórico de Givancir inclui não só processos criminais, mas também denúncias de gestão autoritária, uso pessoal da estrutura sindical e condenações na Justiça por ataques a jornalistas. Apesar disso, não há qualquer sinal de eleição aberta ou consulta à categoria que discuta sua permanência no cargo.
Josildo, por sua vez, assumiu o SINDESPECIAL em meio a acusações de compra de votos, promessas de distribuição de benefícios em troca de apoio e suspeitas de irregularidades, como atuar simultaneamente em mais de uma empresa, prática que fere regras do setor.
Além deles, Jaildo de Oliveira, vereador em Manaus, se apresenta como defensor dos trabalhadores do transporte, mas é visto com desconfiança por parte da categoria, que o acusa de não ter se mobilizado durante demissões em massa e cortes de benefícios importantes. Para muitos, sua atuação ganha força apenas em períodos de eleição, levantando suspeitas de que o discurso sindical funciona como trampolim político para manter a família no poder.
No fim das contas, enquanto os Oliveira ocupam cargos estratégicos em sindicatos e na política local, os trabalhadores seguem desamparados, sujeitos a decisões tomadas nos bastidores, sem transparência e sem espaço para renovação.
