
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) utilizou parte do seu discurso de abertura na Assembleia-Geral da ONU, em Nova Iorque, para defender países da América Latina e do Caribe, como Venezuela, Haiti e Cuba. Lula destacou a importância de manter canais de diálogo com o regime de Nicolás Maduro e criticou a inclusão de Cuba na lista de países que patrocinam o terrorismo.
“A via do diálogo não deve estar fechada na Venezuela; o Haiti tem direito a um futuro livre de violência; e é inadmissível que Cuba seja listada como país que patrocina o terrorismo”, afirmou.
Na sequência, Lula tratou da guerra na Ucrânia, defendendo “uma solução realista” baseada na negociação. Segundo ele, não há saída militar possível para o conflito. O petista destacou o encontro recente no Alasca como sinal de esperança e citou a iniciativa africana e o Grupo de Amigos da Paz, formado por China e Brasil, como alternativas para fomentar o diálogo.
Sobre a crise no Oriente Médio, Lula apontou o conflito na Faixa de Gaza como exemplo extremo do uso desproporcional da força. Ele condenou os ataques terroristas do Hamas, mas classificou como “genocídio” a ofensiva israelense contra os palestinos.
“Os atentados do Hamas são indefensáveis sob qualquer ângulo. Mas nada, absolutamente nada, justifica o genocídio em curso em Gaza. O povo palestino corre o risco de desaparecer e só sobreviverá como Estado independente, integrado à comunidade internacional. Essa é a solução defendida por mais de 150 membros da ONU, mas obstruída por um único veto. É lamentável que o presidente Mahmoud Abbas tenha sido impedido, pelo país anfitrião, de ocupar a bancada da Palestina neste momento histórico”, disse Lula.