Na manhã desta segunda-feira (6), a Operação Xeque-Mate, deflagrada pela Ficco-AM (Força Integrada de Combate ao Crime Organizado no Amazonas) em Manaus, desarticulou uma fintech clandestina chamada “Carto”, usada pelo Comando Vermelho no Amazonas para movimentar e ocultar dinheiro do tráfico internacional de drogas.

A ação cumpriu três dos cinco mandados de prisão preventiva, cinco de busca e apreensão, e bloqueou judicialmente R$ 122 milhões em bens. Três pessoas foram presas em Manaus — dois homens e uma mulher, esposa do chefe da facção que opera a partir da Colômbia.

De acordo com o superintendente da Polícia Federal no Amazonas, João Paulo Garrido Pimentel, a fintech funcionava como um sistema bancário paralelo, à margem do controle do Banco Central, da Receita Federal e do Coaf. “O dinheiro circulava por meio dessa estrutura de fachada, que disfarçava transações ilícitas e repassava valores em criptoativos para traficantes colombianos”, explicou.

O nome “Carto”, referência à palavra “cartel”, pertenceria ao principal operador financeiro da facção, também investigado na Operação Fly Gold II, que apurou movimentações ilegais de cerca de R$ 4 bilhões ligadas ao garimpo ilegal no Pará.

O secretário de Segurança Pública do Amazonas, Marcus Vinícius Oliveira de Almeida, destacou que atacar o setor financeiro do crime organizado é essencial para enfraquecer as facções. “Quando você desarticula o setor financeiro, atinge o coração do crime. Esta é uma operação histórica, que gera prejuízo direto à estrutura da facção”, afirmou.

A investigação revelou que o líder do grupo operava a partir da Colômbia usando identidade falsa e coordenava ações criminosas no Amazonas. Parte do dinheiro do tráfico era convertida em criptoativos e enviada ao exterior para pagamento de fornecedores de drogas.

A Operação Xeque-Mate é um desdobramento das operações Torre 1, 2, 3 e 4, também conduzidas pela Ficco-AM, que desmantelaram o chamado “Tribunal do Crime” e outras células da facção no estado. A ação contou com a colaboração da Polícia Federal colombiana e o apoio da Seai-AM (Secretaria Executiva-Adjunta de Inteligência).

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