
Uma das vítimas de intoxicação por metanol em São Bernardo do Campo (SP), Bruna Araújo de Souza, relatou em áudios enviados a uma amiga os sintomas que sentia antes de ser internada em estado crítico. As mensagens, obtidas pela TV Globo, mostram a rápida piora no quadro da jovem, que havia ingerido vodca em um show de pagode.
“Estou destruída. Parece que tomei a cachaça desse mundo todinho”, disse Bruna, já na manhã seguinte à festa. Horas depois, ela voltou a mandar um áudio: “Sensação horrível. Nossa… parece que vou desmaiar. Não consigo nem olhar para o celular”.
Bruna está internada desde 29 de setembro no Hospital de Urgência de São Bernardo do Campo. O diretor da unidade, Fábio Silveira Araújo, afirmou que ela chegou em estado grave e segue em condição crítica. A irmã da vítima, Karen Araújo, relatou ao Fantástico que Bruna é “uma mulher batalhadora” e que espera sua recuperação.
Surto de intoxicação no país
O Ministério da Saúde confirmou 225 notificações de intoxicação por metanol em bebidas alcoólicas no Brasil. Desses, 16 casos já foram confirmados e 15 mortes registradas — duas em São Paulo. O restante segue sob investigação em 13 estados.
O estado paulista concentra a maioria das ocorrências, com 14 casos confirmados e 178 suspeitos, especialmente na capital e na região do ABC.
Risco e alerta ao consumidor
Autoridades de saúde e defesa do consumidor reforçam que o metanol é uma substância altamente tóxica, usada indevidamente na adulteração de bebidas. O consumo pode causar cegueira, falência múltipla dos órgãos e morte.
O Procon-SP recomenda que o consumidor:
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Compre bebidas apenas em locais de confiança;
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Desconfie de preços muito abaixo do mercado;
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Verifique rótulo, lacre e número de lote;
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Procure atendimento médico imediato em caso de sintomas como visão turva, tontura, náusea e dor de cabeça intensa.
O órgão anunciou que vai intensificar a fiscalização em bares, adegas e supermercados, em parceria com a Polícia Civil. Já a Associação Brasileira de Bebidas (Abrabe) reforçou a importância de observar o selo fiscal e o registro do Ministério da Agricultura nos rótulos.
De acordo com o governo de São Paulo, buscar atendimento médico nas primeiras seis horas após os sintomas pode ser decisivo para salvar a vida do paciente.