
A gestão de David Almeida volta ao centro das críticas após novos dados revelarem que a Prefeitura de Manaus arrecadou mais de R$ 8,4 milhões em multas de trânsito entre julho e setembro de 2025, fortalecendo as denúncias sobre a suposta “máfia das multas” operando na cidade.
O IMMU registrou 42.523 infrações no trimestre — um dos períodos mais lucrativos para o município. Setembro liderou com 22.544 multas, totalizando R$ 4,56 milhões. A maioria envolve valores de R$ 130,16 e R$ 293,47 por infrações médias e graves, como avanço de sinal, excesso de velocidade e estacionamento irregular.
Em agosto, foram 10.849 multas (R$ 2,16 milhões). Em julho, 9.130 (R$ 1,70 milhão).
O salto na arrecadação coincide com a liberação dos 20 novos radares instalados pela gestão, que passaram a operar em 1º de julho, após um período dito “educativo”. Distribuídos em vias estratégicas como Santos Dumont, Nilton Lins, Coronel Teixeira, Ephigênio Salles e Autaz Mirim, os equipamentos alimentam suspeitas de que os pontos foram escolhidos para maximizar faturamento — reforçando as acusações sobre a suposta “máfia das multas”.
As autuações variaram de R$ 88,38 a R$ 1.467,35. Mesmo em menor número, as multas mais caras pesaram no caixa municipal: só em setembro, 397 infrações gravíssimas renderam R$ 411,7 mil, representando 9% de toda a arrecadação do mês.
Embora a legislação determine que o dinheiro das multas seja aplicado exclusivamente em ações de mobilidade urbana, a gestão de David Almeida enfrenta cobranças de transparência. A Prefeitura afirma que os recursos financiam o IMMU, novos radares, sinalização e campanhas educativas — argumentos que não têm afastado críticas sobre excesso de fiscalização e arrecadação recorde.
O quadro se agrava diante do desempenho do Amazonas no ranking nacional de segurança viária: o estado aparece na última posição, com os piores índices em educação de trânsito e normatização da fiscalização.


