O deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) publicou neste sábado (22) um vídeo nas redes sociais acusando o ministro Alexandre de Moraes, do STF, de agir por motivação política ao autorizar a prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O mandado, solicitado pela Polícia Federal, levou Bolsonaro para uma sala de Estado na Superintendência da PF, em Brasília.

No vídeo, Nikolas afirma que a PF pediu a prisão por causa da vigília convocada por Flávio Bolsonaro (PL-RJ) em frente ao condomínio onde o ex-presidente cumpria prisão domiciliar. Para a corporação, o ato representava risco à ordem pública.

Segundo o deputado, o movimento foi interpretado de forma distorcida:

Bolsonaro foi preso porque o filho dele chamou pessoas para uma vigília de oração. Transformaram isso em manifestação disfarçada, no mesmo molde da suposta organização criminosa que dizem que ele lidera.

Nikolas também contestou que a retirada da tornozeleira tenha motivado a decisão.

Ninguém que planeja fugir tira a tornozeleira quase um dia antes. A prisão foi decretada em 21/11. O que aconteceu depois disso não muda nada, porque a decisão já estava tomada.

Ele ainda criticou o entendimento de que atos da direita configuram crimes, comparando com manifestações da esquerda.

Criaram a ideia de que qualquer evento ligado ao Bolsonaro é criminoso. Tirando o dia 8 — que foi um caos, assim como várias ações da esquerda que nunca tiveram responsabilização — não existe registro de depredação em atos da direita.

O parlamentar também acusou o ministro de tentar enquadrar ações de apoiadores do ex-presidente em uma narrativa de organização criminosa.

Não é de hoje que Moraes tenta sustentar essa versão. No ano passado, até um padre foi alvo de busca e apreensão por causa de uma suposta ‘oração ao golpe’.

Nikolas classificou a prisão como um ato de cunho político.

A detenção de Bolsonaro não tem fundamento jurídico. É um sintoma de algo mais grave: quando o Estado passa a usar justificativas técnicas para decisões políticas, o que surge é um regime de exceção.

No encerramento, ele pediu que seus seguidores continuem mobilizados:

Eu não vou desistir do país e peço que você também não desista. Não sabemos o que vem pela frente, mas, se estamos vivendo este momento, é porque existe algo que só nós podemos fazer.

A Polícia Federal informou, em nota, que apenas cumpriu a ordem do STF e que o pedido de prisão preventiva foi necessário para garantir a ordem pública.

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