O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) admitiu ter usado um ferro de solda para tentar danificar a tornozeleira eletrônica que utilizava. Ele foi preso na manhã deste sábado (22/11). A confissão aparece em vídeo gravado por agentes responsáveis pelo monitoramento do equipamento.

A informação consta no material enviado ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, na tarde deste sábado. No documento, assinado pela diretora-adjunta Rita de Cássia, Bolsonaro afirma que tentou violar o dispositivo “por curiosidade”.

Segundo o relatório, o sistema de monitoramento registrou a violação às 00h07. A equipe de escolta acionou Bolsonaro e pediu que ele apresentasse a tornozeleira. A diretora foi até o local para verificar a situação.

No diálogo registrado pelos agentes, Rita perguntou:

O senhor usou alguma coisa para queimar isso aqui?

Bolsonaro respondeu:

Meti um ferro quente aí. Curiosidade.

Ela questionou que tipo de ferro, e ele completou:

Ferro de soldar. Não rompi a pulseira, não.

A diretora concluiu que o case do equipamento apresentava violação e marcas de queimadura em toda a circunferência. Segundo Bolsonaro, ele iniciou a tentativa de abrir a tornozeleira ainda na tarde de sexta-feira (21/11).

Após a constatação, o equipamento foi substituído e o ex-presidente retornou para casa. Horas depois, Moraes determinou sua prisão preventiva.

Detalhes da violação

Em ofício ao STF, a diretora do Centro Integrado de Monitoração Eletrônica, Rita Gaio, detalhou que o alerta de dano ao dispositivo foi registrado às 00h07. A equipe de escolta e a direção da unidade foram mobilizadas imediatamente.

Ao chegar à residência, Rita verificou que a tornozeleira apresentava fortes marcas de queimadura e danos no ponto de fechamento, descartando a explicação inicial de choque causado por escada.

Questionado novamente, Bolsonaro confirmou o uso de um ferro de solda para tentar abrir o aparelho. A tornozeleira foi trocada, e o ex-presidente foi liberado antes da ordem de prisão assinada por Moraes.

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