Brasil – Em um bate-papo no programa Fórum Onze e Meia desta quinta-feira (6), os jornalistas Luiz Carlos Azenha e Altamiro Borges analisaram as recentes demissões em massa na Rede Globo.

A principal emissora do país demitiu grandes figuras do telejornalismo, como Leila Sterenberg, Fábio Turci, Marcelo Canellas e Giulliana Morrone.

Na visão de Altamiro Borges, as demissões são um indicativo de um profundo problema de modelo de negócios da própria emissora, além de outros fatores.

“É uma crise de modelo de negócios, que tem muito a ver com a explosão da internet. Tem uma crise de credibilidade desses meios”, afirmou. “A explosão da internet não afetou somente o jornalismo impresso, como se achava”, completou.

Luiz Carlos Azenha afirma que o movimento é uma transição para uma outra forma de mídia, mais focada em streaming. “É histórico”, sacramentou. “É a transição definitiva da TV aberta para o streaming”, afirmou Azenha, que acredita que o foco da emissora será em produções da Globoplay.

“Eles já tinham promovido uma leva de demissões na área de teledramaturgia, e agora no jornalismo”, adicionou Altamiro Borges, que é um notório pesquisador na área de mídia.

Azenha, que trabalhou na Globo, afirmou que o momento é lamentável. “Acabou a escola globo de telejornalismo”, disse, relembrando o “padrão Globo de qualidade”.

Ambos lamentaram as demissões. “É triste. Manifestamos solidariedade aos trabalhadores, mesmo aqueles que comem mortadela e arrotam caviar”, disse Altamiro.

Para Azenha, o indicativo de que o telejornalismo da TV aberta está em queda é uma boa notícia para a mídia independente. “Abre-se um grande buraco para o jornalismo de nicho”, afirmou.

Fonte: Revista Fórum

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