O afastamento de Paulo Henrique Amorim da TV Record e de Marco Antônio Villa da Jovem Pan geraram rumores de que o governo estaria pedindo a cabeça de seus críticos às emissoras em que coloca dinheiro público para verbas de comunicação.
Villa, que trabalhava como comentarista político na rádio Jovem Pan há quatro anos e meio, foi suspenso logo após fazer uma crítica às vésperas da manifestação pró-governo, ocorrida em maio, classificando-a como “ato neonazista”. A emissora chegou a negar a suspensão do historiador, afirmando que ele estava de férias, o que foi negado pelo próprio Villa, que disse que decidiu sair após a falta de “clima” no local.
Paulo Henrique Amorim, que comandava o programa Domingo Fantástico, na TV Record, foi afastado na segunda-feira, 24/06, e colocado na “geladeira” pela emissora. O apresentador deixa a atração após 14 anos de serviços. Esquerdista barulhento no blog Conversa Afiada, ele teve a cabeça pedida à Record inúmeras vezes desde 2014, quando a polarização entre esquerda e direita ficou mais acirrada.
Nos últimos meses ficaram fortes os rumores de que o jornalista teria sido demitido por ser um ferrenho crítico do governo Bolsonaro, principalmente do ministro da Justiça Sérgio Moro, em seu blog Conversa Afiada.
As duas emissoras negam que tenham afastado PHA e Marco Antônio Villa a pedido do governo. Ambas as emissoras são duas das mais beneficiadas por verbas públicas para a comunicação, e seus proprietários são aliados declarados de Bolsonaro.
Apresentadora na mira
Rachel Sheherazade, do SBT, anunciou que irá processar Luciano Hang, dono da Havan e um dos principais apoiadores de Bolsonaro. A âncora do SBT Notícias denunciou que o empresário tem pedido sua demissão à emissora, devido às suas críticas ao governo atual. Hang também é um dos principais anunciantes da emissora e goza de grande poder nos bastidores, segundo informações.
Fonte: DOL