Em uma realidade distante da maioria das mulheres transexuais, a amazonense Alana Lima, de 25 anos, é a primeira apresentadora de TV trans em Manaus. Em uma trajetória que não é fácil, a jornalista vem conquistando seu espaço profissional. Conheça mais da sua história.

A trajetória – Nascida e criada na capital amazonense, Alana desde os 14 anos gravava vídeos para o YouTube e, aos 18 anos, entrou no mundo do jornalismo através das Rede Boas Novas. Após o seu primeiro contato profissional já formada em técnica em Rádio e Televisão, ela entrou na faculdade de Jornalismo e logo expandiu seus horizontes na área.

Alana conta que passou por veículos de comunicação como o Em Tempo, onde estagiou como produtora, Amazon Sat e o portal de notícias Radar Amazônico, onde trabalhou como apresentadora na sua área de afinidade que é o entretenimento. Alana também foi em busca de seus sonhos em Brasília e São Paulo, mas, após diversos ‘perrengues’, decidiu retornar para Manaus onde trabalha atualmente como produtora na TV Maskate.

A transição – Alana, que começou a sua trajetória como Alan, deu início à sua transição no ano de 2021 quando era apresentadora na TV Maskate. Em seu canal no YouTube, é possível acompanhar toda sua mudança física e profissional.

Aos poucos, ela foi adicionando acessórios como brincos e saltos, além de optar por usar cabelos longos deixando sua aparência ainda mais feminina. Até que, definitivamente, mudou seus nomes nas redes sociais.

”Início de transição nunca é fácil. Meus amigos e minha família estão tentando ainda se adaptar. É tudo muito recente. Eu troquei o nome recente. Todo mundo está se acostumando ao gênero feminino. Graças a Deus as pessoas próximas a mim buscam me respeitar. O amor faz isso”, afirmou a jornalista.

O preconceito – Como nem tudo são flores, Alana ainda precisa lidar com familiares que não aceitam sua identidade de gênero. No trabalho ela afirma que não chegou a passar por nenhuma situação grave, mas que os olhares de alguns convidados deixam claro seus julgamentos.

”Existe uma coisa chamada preconceito velado. Alguns entrevistados me olhavam com aqueles olhares que diz ‘por que esse cara tá vestido assim?’, existe muito. O ser humano precisa aprender a respeitar as pessoas”.

Com o preconceito da sociedade, ter mulheres trans comandando programas na televisão não é comum. Alana conta que seu desejo é que as os veículos de comunicação deem mais espaços para o público LGBTQIA+.

“As pessoas precisam de oportunidade. As trans, especificamente, que são muitas talentosas, só querendo um espaço para contribuir com emissoras e os meio de trabalhos, seja no jornalismo ou no entretenimento”, declarou Alana.

Redes sociais – Em sua conta no Instagram, Alana divide seu dia a dia. Lá e em seu canal do YouTube é possível acompanhar todo o processo ainda como Alan.

”Sou muito grata a Tv Maskate por ter documentado tudo. Os próximos projetos como apresentadora já estarei com nome novo”, diz.

Ela finaliza afirmando que é grata a Deus por estar realizando um sonho, pois é apresentar sempre foi seu objetivo.

”Para mim é um privilégio. Deus me deu as oportunidades e eu sou grata a Ele por poder fazer o que eu sempre sonhei. Para mim é só agradecimento, a todos que me acompanham e estão comigo nessa nova fase”.

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