Brasil – A massoterapeuta Ana Paula Aparecida de Oliveira, de 38 anos, é motorista de aplicativo há cinco anos, desde que se divorciou e se viu diante da responsabilidade de arcar sozinha com as contas da casa que divide com os dois filhos, de 14 e 18 anos. Há alguns meses, porém, a fonte de renda virou alvo de questionamento diante do que ela chama de “vilão”: a alta do combustível.

“Eu pensei várias vezes em desistir. Com o passar do tempo, tudo foi mudando e os vilões foram surgindo. Hoje, com o que eu ganho, tenho dificuldade de abastecer o carro, de ir ao supermercado, a carne esta caríssima”, diz.

Ana Paula mora na zona norte de São Paulo e estava acostumada a iniciar viagens na Rodoviária do Tietê nos turnos em que os filhos ficavam na escola. Para manter a mesma renda, ela conta que passou a dirigir à noite e, em vez de oito horas, a jornada aumentou para até 14 horas.

“Dirigir de dia não dá mais por causa do trânsito. Me preocupo em como vou encher o tanque quando puder voltar a usar o ar condicionado”, diz ela, sobre a determinação das empresas de transporte por aplicativo para manter os vidros abertos durante a pandemia, a fim de evitar contaminação.

O preço da gasolina sofreu diversos reajustes neste ano e chegou a R$ 7, o litro, em alguns estados. Em São Paulo, o litro da gasolina custa em torno de R$ 5, um dos mais baratos do país. O etanol vale, em média, R$ 4,30, segundo a Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP). De acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a alta acumulada foi de 27,5%, entre janeiro e julho deste ano.

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