Amazonas – O Governo do Amazonas instituiu a Comissão Especial de Estudos com objetivo de revisar a legislação e a política estadual de energia e gás. O Decreto nº 42.248, publicado no Diário Oficial do Estado (DOE) de segunda-feira (04/05), proporcionará um amplo debate sobre esse mercado, que tem a comercialização de gás natural concedida à Companhia de Gás do Amazonas (Cigás).

A Comissão foi criada após o Governo vetar Projeto de Lei (PL) aprovado pela Assembleia Legislativa (ALE-AM), de autoria do presidente da Casa parlamentar, deputado Josué Neto. O PL previa a quebra da concessão explorada pela Cigás, que tem como sócio majoritário o Estado. O Projeto tramitou em regime de urgência, sem consulta pública ou debate do tema com a sociedade.

No parecer que embasa o veto total ao PL, a Procuradoria Geral do Estado (PGE) aponta vício de iniciativa, ou seja, o Projeto com a proposta de mudar a regulamentação do mercado de gás mostra-se inconstitucional por essa ser uma prerrogativa do Governo Federal.

“O Projeto de Lei é formalmente inconstitucional na medida em que nos termos do Artigo 22, inciso XII, da Constituição da República, compete privativamente à União legislar sobre jazidas, minas, outros recursos minerais e metalurgia, conforme a Lei Federal nº 11.909/2009, norma geral sobre a comercialização de gás natural, tratando desse assunto, especificamente nos artigos 46 e seguintes”.

Apesar do veto ao PL, o Governo criou a Comissão para debater o tema como instrumento legal para subsidiar o Governo do Amazonas a adotar a política que melhor atenda os interesses da sociedade.

Transparência – Segundo o Decreto nº 42.2448, “compete à Comissão Especial instituída por este Decreto, após realização de audiência pública para discussão e apresentação de sugestões, com a participação da sociedade civil organizada, a elaboração de Projeto de Lei, a ser encaminhado para apreciação da Assembleia Legislativa’’.

Ampla participação – Para garantir o mais amplo debate sobre o tema, a Comissão Especial tem a seguinte composição: coordenação por representante da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação, tendo com demais integrantes técnicos a serem indicados pela Procuradoria Geral do Estado (PGE), Secretaria de Fazenda (Sefaz), Agência Reguladora de Serviços Públicos Delegados e Contratados do Amazonas, Cigás, Federação das Indústrias do Amazonas (Fieam) e pela Assembleia Legislativa.

Os integrantes, ainda segundo o Decreto, “serão definidos pelos titulares dos órgãos ou instituições e designados por ato do Chefe do Poder Executivo’’. A participação na Comissão Especial será considerada prestação de serviço público relevante, não remunerada.

Artigo anterior‘Anjos da Saúde’ amplia atendimento psicossocial em unidades da rede estadual de saúde
Próximo artigoPedido de impeachment de Wilson Lima pega mal no Planalto, diz VEJA