O ditador alemão Adolf Hitler sofria da síndrome de Kallmann, uma condição genética rara que compromete a puberdade e o desenvolvimento dos órgãos sexuais, segundo análises de DNA reveladas em um novo documentário da TV britânica.
A investigação, conduzida pela geneticista Turi King — a mesma que identificou em 2012 os restos mortais do rei Ricardo III — será exibida no sábado (15) no programa “DNA de Hitler: Projeto de um Ditador”.
De acordo com o documentário, o DNA de Hitler foi extraído de um pedaço de tecido manchado de sangue do sofá onde ele cometeu suicídio em abril de 1945, em seu bunker em Berlim. O fragmento foi levado por um soldado aliado e, décadas depois, passou por uma análise genética detalhada.
Os resultados indicam que Hitler apresentava características compatíveis com a síndrome de Kallmann — diagnóstico que reforça registros médicos de sua passagem pela prisão de Landsberg, em 1923, nos quais um médico apontou criptorquidia direita, condição caracterizada pela descida incompleta de um dos testículos.
Especialistas explicam que até 10% dos portadores da síndrome também têm micropênis, além de níveis baixos e instáveis de testosterona. O estudo ainda explora aspectos do desenvolvimento sexual, da linhagem familiar e do estado psicológico do ditador nazista.
“Se Hitler tivesse visto seus próprios resultados genéticos, quase certamente teria se condenado às câmaras de gás”, afirma Turi King no programa, ressaltando que o exame não encontrou qualquer traço de ancestralidade judaica.
A cientista destacou que decidiu participar do projeto após a recusa de outros laboratórios e frisou que a pesquisa foi conduzida com rigor científico:
“Pensei muito antes de aceitar, mas sabíamos que isso seria feito em algum momento — e queríamos garantir que fosse de maneira meticulosa. A genética, porém, não justifica em nada o que ele fez”, conclui King.
