O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deu uma entrevista coletiva nesta quarta-feira (10) em São Bernardo do Campo (SP), dois dias após o ministro Edson Fachin, do STF (Supremo Tribunal Federal), anular todas as condenações contra ele no âmbito da Operação Lava Jato.

A decisão monocrática, que devolveu os direitos políticos de Lula mas não o inocentou, foi alvo criticas de juristas e especialistas em direito constitucional. Lula tinha sido condenado em duas ações penais, por corrupção e lavagem de dinheiro, nos casos do tríplex do Guarujá (SP) e do sítio de Atibaia (SP), pela Justiça Federal de Curitiba. Com a decisão de Fachin, os casos serão reiniciados e julgados pela Justiça Federal do DF.

“Não tenho mágoas, porque o sofrimento que o povo brasileiro está passando é infinitamente maior do que qualquer crime que cometeram contra mim, é maior do que cada dor que eu senti na prisão. Não tem dor maior para um ser humano do que chegar no almoço e não ter um prato de comida para o seu filho”, disse o petista.

O ex-presidente se disse “vítima da maior mentira jurídica contada em mais de 500 anos de história”. No sindicato dos metalúrgicos do ABC, ele lembrou os dias que passou na prisão, destacou os problemas enfrentados pela pandemia e lamentou o aumento do desemprego.

A maior parte dos brasileiros discorda da decisão do ministro Edson Fachin. Praticamente seis em cada dez brasileiros (57,5%) indicaram insatisfação com a medida, segundo levantamento do Paraná Pesquisas divulgado nesta quarta-feira (10).

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