Dhellison dos Santos Freitas, a ‘Thelssy’, que acusa o ex-presidente do Sindicato dos Rodoviários do Amazonas, Givancir Oliveira, de assassinato e tentativa de homicídio se negou a colaborar com a polícia para tentar reconhecer um suspeito de envolvimento nos crimes. De acordo com um documento da Polícia Civil (PC) de Iranduba, a travesti tomou a decisão depois de descobrir que ela estava sendo investigada como suspeita no roubo de R$ 200 mil da casa do sindicalista, em janeiro.

O documento da PC foi assinado pelo delegado da 31ª Delegacia de Polícia Lázaro Ramos, que é o titular da unidade, no último dia 17/11. O requerimento encaminhado à Comarca de Iranduba, Ramos pede a quebra do sigilo telefônico de Thelssy’ e de outros dois números.

Conforme esclareceu o delegado, a travesti procurou à delegacia para informar novas evidencias da participação de Givancir e de outros envolvidos na morte do primo dela Bruno de Freiras Guimarães, e na tentativa de homicídio da qual foi vítima. Os crimes ocorreram no dia 29 de março deste ano, cerca de dois meses após o roubo à casa do sindicalista.

À polícia, segundo consta no documento, Thelssy disse que uma mulher que estava com Givancir possuía uma tatuagem nos pés e caso visse uma foto, seria capaz de reconhecer a suspeita. Com base em informações da denunciante, a PC interrogou e fez o registro fotográfico das pessoas indicadas pela travesti.

Ao ser chamada para ir à delegacia para fazer o reconhecimento, familiares informaram à polícia, que Thelssy não iria. Segundo informou o delegado, no documento, a denunciante se recusou a ir porque descobriu que estava como uma das investigadas por suspeita de ter participado do roubo à casa de Givancir, de onde um grupo roubou em janeiro, cerca de R$ 200 mil.

“…tomamos conhecimento de que o referido cidadão estaria indignado com o fato de estar sendo investigado nesta delegacia pelo crime de roubo do qual foi vítima Givancir…e por isso, não iria mais fazer o reconhecimento devido, praticamente condicionando a continuidade da sua colaboração a certeza de que não estivesse sendo investigada pelo roubo em questão”, trecho do documento.

O delegado solicitou à Justiça a quebra do sigilo telefônico de Thelssy e de outros dois contatos. Ramos destaca que o denunciante, que também configura como suspeito, deixa dúvidas em seus depoimentos e que informações obtidas em conversas telefônicas podem ajudar a polícia a esclarecer e elucidar tanto o crime de roubo quanto os de homicídio e tentativa de homicídio.

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