
Pela primeira vez neste terceiro mandato, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não participou presencialmente dos atos do 1º de Maio. Sem compromissos oficiais, Lula permaneceu em Brasília e gravou um pronunciamento em rede nacional, exibido na véspera do Dia do Trabalhador.
Nos eventos sindicais, Lula foi representado pelos ministros Márcio Macedo (Secretaria-Geral da Presidência) e Luiz Marinho (Trabalho). Desde 2022, mesmo antes de retornar ao Planalto, o petista vinha participando presencialmente das manifestações em São Paulo.
A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, justificou a ausência afirmando que Lula foi convidado para dois eventos — um na capital paulista e outro em São Bernardo do Campo — e, por não conseguir comparecer aos dois, optou por se dirigir à população por meio do vídeo.
Diferente dos anos anteriores, as centrais sindicais não realizaram um ato unificado neste 1º de Maio. Em São Paulo, o evento foi organizado por Força Sindical, UGT, CTB, CSB, Nova Central e Pública. A CUT participou apenas como convidada. Para atrair público, foram retomados sorteios de carros.
A CUT e o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, ligados ao berço político de Lula, organizaram um ato paralelo em São Bernardo do Campo.
Em 2023, a baixa adesão ao evento com Lula — que reuniu cerca de 1.600 pessoas — gerou desgaste interno no governo. Na ocasião, o presidente criticou publicamente o ministro Márcio Macedo pela má convocação do ato. Desde então, Macedo passou a ser cotado para sair da pasta em uma eventual reforma ministerial. Gleisi, porém, negou que a fraca mobilização esteja ligada a uma desconexão do PT com suas bases.
Pronunciamento e pautas trabalhistas
Na última terça-feira (29), Lula recebeu lideranças sindicais no Palácio do Planalto. Na pauta, estiveram a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil e o fim da jornada 6×1, com um dia de descanso a cada seis trabalhados.
Esses temas foram abordados no pronunciamento em rede nacional, no qual o presidente afirmou:
“Vamos aprofundar o debate sobre a redução da jornada de trabalho vigente no país. Está na hora do Brasil dar esse passo, ouvindo todos os setores da sociedade, para permitir um equilíbrio entre a vida profissional e o bem-estar dos trabalhadores.”
Lula também defendeu o projeto de lei que isenta o Imposto de Renda para salários de até R$ 5 mil, com redução progressiva para quem recebe entre R$ 5 mil e R$ 7 mil.