Fábio está fora do Cruzeiro depois de 17 anos consecutivos defendendo o clube. Em carta publicada no Instagram nesta quarta-feira (5), o jogador que mais vezes vestiu a camisa do clube, 976 vezes, explicou que não foram as novas imposições da diretoria comandada por Ronaldo Fenômeno que colocaram fim a uma história de quase mil jogos.

Fábio afirmou que estava pronto a aceitar a redução salarial na casa dos 60% (atualmente recebia cerca de R$ 350 mil), como já vinha aceitando outras readequações desde o rebaixamento, em 2019, mas esta opção sequer foi dada. De acordo com o agora ex-camisa 1 do Cruzeiro, a nova direção da SAF, comandada por Ronaldo, não contava com os serviços do goleiro para além do Campeonato Mineiro deste ano.

“Em nenhum momento da conversa me deram opção de continuar”…”…Não me deram a opção nem de receber dentro do teto e muito menos de ajudar o clube no Campeonato Brasileiro, não me deram outra opção que não fosse finalizar minha vida no Cruzeiro ao final do Campeonato Mineiro. Me disseram que qualquer outro cenário estava inviabilizado e que eu não faço parte e que eu não faço parte do planejamento desportivo para 2022”, escreveu Fábio em um dos trechos do longo texto publicado.

O jogador de 41 anos havia aceitado reduzir o salário atual, mas exigia a garantia de que receberia as dívidas do passado. Ele tem pendências desde 2019, ano em que o clube foi rebaixado para a Série B do Campeonato Brasileiro.

“Com o coração apertado, com lágrimas e dor que eu preciso aceitar que não contam comigo no clube, mesmo sabendo que fiz tudo que poderia, aceitando me enquadrar no novo patamar salarial e generosamente equacionando toda dívida que o clube tem comigo, relativo a pagamentos atrasados. Mostrei total disponibilidade de negociar os débitos de anos anteriores, mas, infelizmente não fui ouvido”, diz outro trecho.

A atual diretoria, liderada por Ronaldo Fenômeno, queria colocar o jogador em um condomínio para quitar os débitos, como é feito com os demais credores. A situação, no entanto, não era vista com bons olhos pelo veterano.

Fábio chegou a 976 partidas com as cores do Cruzeiro. O goleiro de 41 anos sonhava em completar mil partidas pelo clube. Em sua carta de despedida ele não poupou de críticas os novos comandantes da Raposa, inclusive citou nominalmente Paulo André, braço direito do Fenômeno, que sequer o cumprimentou ou participou da reunião que selou o seu destino no clube.

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