Após uma vitória eleitoral amplamente contestada pela oposição e por parte da comunidade internacional, Nicolás Maduro iniciou uma ofensiva contra as redes sociais, vistas por ele como ferramentas de desestabilização usadas para enfraquecer o regime chavista na Venezuela.

A ação contra as plataformas digitais começou em resposta às manifestações que tomaram as ruas do país, impulsionadas pela rejeição à legitimidade da vitória de Maduro em um pleito marcado por alegações de falta de transparência. Até o momento, os protestos resultaram em 25 mortes.

Os primeiros alvos de Maduro foram o TikTok e o Instagram, acusados de “dividir os venezuelanos” e de trazer “fascismo” ao país, que, segundo o governo, enfrenta um “golpe de Estado ciberfascista.”

Poucos dias depois, Maduro incentivou seus apoiadores a desinstalarem o WhatsApp, alegando que o aplicativo estava sendo “usado para ameaçar a Venezuela.”

Na última semana, a repressão se intensificou quando Maduro ordenou o bloqueio da rede social X (antigo Twitter) por 10 dias, elevando o tom das acusações.

“Maduro argumenta que as redes sociais estão sendo utilizadas pela oposição, em conjunto com atores internacionais e interesses imperialistas dos Estados Unidos, para fomentar manifestações que resultam em mortes,” explica a analista de política internacional Stephanie Braun. “A narrativa do governo é de que, se as pessoas pararem de usar as redes sociais, essa onda de protestos e conflitos diminuirá.”

Regulamentação das Redes Sociais

Após diversas acusações contra as plataformas digitais, Maduro anunciou que as redes sociais devem passar por uma “regulação nacional”, com início previsto para esta terça-feira (13/8).

O anúncio foi feito pelo presidente do Parlamento da Venezuela, Jorge Rodríguez, nesta segunda-feira (12/8).

“A Venezuela precisa regular o funcionamento das redes sociais”, declarou Rodríguez em um evento que contou com a presença de Maduro. “Vamos nos dedicar à tarefa de aprovar um pacote de leis solicitado pelo presidente para proteger nossa população do ódio, do terrorismo e da disseminação de ideias fascistas e de ódio nas redes sociais.”

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