
Brasil – A quarta-feira (19) promete ser movimentada na residência de Jair Bolsonaro. Isso porque, segundo sua defesa, o ex-presidente vai receber um grupo de oração formado por 16 pessoas, incluindo Michelle Bolsonaro. O encontro, marcado para as 18h, acontece no condomínio onde ele cumpre prisão domiciliar desde agosto, por determinação do ministro Alexandre de Moraes. O momento religioso ocorre justamente quando aumenta a tensão sobre a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que pode definir o início da execução da pena de 27 anos e três meses por golpe de Estado.
Defesa reforça compromisso e monitora cenário
Na petição enviada ao STF nesta segunda-feira (17), a defesa reiterou “seu compromisso com o estrito cumprimento das restrições impostas, mantendo esta Suprema Corte informada acerca das atividades realizadas em sua residência”. Enquanto isso, integrantes do Supremo e do governo do Distrito Federal fazem projeções sobre quando Bolsonaro pode ser levado ao Complexo Penitenciário da Papuda para iniciar o cumprimento da pena.
Fontes próximas às discussões afirmam que Moraes deve determinar a prisão entre o fim de novembro e o início de dezembro. Isso levaria em conta os prazos processuais da ação penal do chamado “núcleo crucial” da trama golpista e a agilidade que o relator tem dado ao caso.
Destino provável e expectativas
O cenário mais cogitado é que Bolsonaro seja direcionado a um batalhão da Polícia Militar dentro da Papuda, conhecido como “Papudinha”, espaço destinado a policiais militares presos e considerado mais adequado para receber um ex-presidente. Nos bastidores bolsonaristas, fala-se em uma permanência de uma a duas semanas no regime fechado antes de um possível retorno à prisão domiciliar. No entanto, aliados acreditam que Moraes pode adotar postura mais rígida.
Laudos médicos entram na estratégia
Após a publicação do acórdão, Bolsonaro terá cinco dias para apresentar novos recursos. Paralelamente, sua equipe jurídica já solicitou novos relatórios médicos que detalham seu histórico de saúde desde a facada de 2018. A intenção é fortalecer o pedido de manutenção da prisão domiciliar, destacando riscos associados ao câncer de pele, refluxo, crises de vômito, pressão alta, apneia e complicações das cirurgias abdominais.


