A demora na apresentação de um plano definitivo para a aplicação da vacina contra a covid-19 por parte do Ministério da Saúde pode colocar o Brasil na posição de ter o imunizante, mas não ter seringas em número suficiente para vacinação em massa. O alerta foi feito na segunda-feira, 7, pelo superintendente da Associação Brasileira de Artigos e Equipamentos Médicos (Abimo), Paulo Henrique Fraccaro.

O setor não tem estoque de seringas e precisa de três a cinco meses para atender a grandes demandas. Desde julho, segundo Fraccaro, a Abimo alerta o governo para esse problema, mas até agora não recebeu encomendas nem um cronograma. O superintendente diz que a situação pode levar a um atraso considerável nas campanhas de vacinação. “Em julho, levamos essa preocupação ao governo federal”, contou Fraccaro. “Em agosto, o governo organizou uma reunião com os três fabricantes, mas, dai para frente, nada mais aconteceu de concreto. E já estamos em dezembro; isso deveria estar decidido no máximo em setembro.”

Há uma semana, quando apresentou um plano preliminar para vacinação contra a covid, o Ministério da Saúde afirmou que estava abrindo licitação para compra de 331 milhões de seringas. O ministério foi procurado nesta segunda-feira, mas não se manifestou.

Segundo Fraccaro, as três empresas brasileiras que fabricam seringas têm capacidade de produzir de 120 a 140 milhões de seringas por mês. No entanto, essa produção atual já está toda comprometida com a demanda normal do setor. Tampouco há produção excedente para estoque. “Se for necessário, podemos produzir de 18 a 20 milhões a mais de seringas por mês, mas para uma quantidade maior tem de ter todo um planejamento”, explicou Fraccaro. “Já deveríamos estar com esses pedidos nas mãos.”

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