
Nesta quarta-feira (9), o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso, conversou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre a crise gerada pela tarifa de 50% imposta pelo governo de Donald Trump ao Brasil. Conforme reportagem do jornal O Estado de São Paulo, ficou acordado que os membros do STF não fariam declarações públicas sobre o tema, delegando a resposta oficial ao Itamaraty.
Apesar disso, pouco depois do anúncio dos Estados Unidos, o ministro Flávio Dino publicou em seu perfil pessoal no Instagram uma mensagem ressaltando seu orgulho em integrar o Supremo, sem mencionar diretamente a pressão americana.
– “É uma honra fazer parte do Supremo Tribunal Federal, que atua com seriedade na proteção da soberania nacional, da democracia, dos direitos e das liberdades, em conformidade com a Constituição e as leis brasileiras”, afirmou Dino.
Antes mesmo da imposição das tarifas, o governo dos EUA já indicava endurecimento contra o STF. Em maio, o secretário de Estado americano, Marco Rubio, anunciou restrições à entrada no país de “funcionários estrangeiros e cúmplices na censura de americanos”, numa clara referência ao ministro Alexandre de Moraes.
Ainda segundo o Estado de São Paulo, ministros do STF afirmaram em conversas reservadas que não se surpreenderiam com uma escalada nas medidas dos EUA contra o Brasil à medida que se aproxima o julgamento de Bolsonaro, previsto entre o fim de agosto e início de setembro. Contudo, eles garantem que a pressão externa não deve impedir a realização do processo.