
No dia 26 de julho, nasceu em Ohio, nos Estados Unidos, Thaddeus Daniel Pierce, bebê gerado a partir de um embrião congelado em 1994. Com mais de 30 anos entre a fertilização e o nascimento, ele estabeleceu o recorde mundial do embrião humano mais antigo a resultar em parto bem-sucedido.
O embrião foi criado na década de 1990 para Linda Archerd, que teve quatro embriões gerados por fertilização in vitro (FIV). Um deles deu origem a uma menina, hoje com 30 anos, enquanto os outros três foram criopreservados.
Após o divórcio, Archerd manteve a guarda dos embriões e decidiu disponibilizá-los para adoção de embrião — um processo em que doadores e receptores participam da escolha. Ela escolheu Lindsey e Tim Pierce, um casal que enfrentava infertilidade há sete anos e decidiu adotar um dos embriões.
O procedimento foi realizado em uma clínica liderada pelo endocrinologista reprodutivo John Gordon, defensor de princípios religiosos na prática clínica. Segundo ele, “cada embrião merece uma chance de vida, e o único que não pode resultar em bebê saudável é aquele que não é transferido”, afirmou ao jornal The Guardian.
Esse caso ocorre em meio ao crescimento do uso da FIV. Dados da Autoridade de Fertilização Humana e Embriões (HFEA) indicam que, em 2023, cerca de 2% dos nascimentos nos EUA e 3,1% no Reino Unido foram frutos dessa tecnologia. Entre mulheres de 40 a 44 anos, esses números são ainda maiores.
O nascimento de Thaddeus destaca uma conquista científica e médica, mas também traz à tona debates éticos, emocionais e sociais sobre a adoção de embriões, preservação da vida embrionária e as escolhas pessoais diante da infertilidade.