
O comércio brasileiro deve movimentar R$ 5,4 bilhões na Black Friday deste ano, marcada para a próxima sexta-feira (28). A projeção, divulgada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), representa alta de 2,4% sobre 2023, já descontada a inflação.
Segundo o economista-chefe da CNC, Fabio Bentes, o cálculo considera o impacto ao longo de todo o mês de novembro — característica consolidada da Black Friday no país.
A data já é a quinta mais importante para o varejo, atrás do Natal, Dia das Mães, Dia das Crianças e Dia dos Pais.
Setores que devem liderar as vendas:
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Hiper e supermercados: R$ 1,32 bi
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Eletroeletrônicos e utilidades domésticas: R$ 1,24 bi
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Móveis e eletrodomésticos: R$ 1,15 bi
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Vestuário, calçados e acessórios: R$ 950 mi
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Farmácias, perfumarias e cosméticos: R$ 380 mi
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Papelarias, informática e comunicação: R$ 360 mi
O que impulsiona o resultado
A CNC cita fatores como dólar mais baixo, inflação em desaceleração, alta do emprego e crescimento da renda média. A taxa de desemprego caiu para 5,6% no trimestre encerrado em setembro — o menor nível da série histórica do IBGE iniciada em 2002.
O que freia o desempenho
Do outro lado, juros elevados e o alto índice de famílias endividadas limitam um crescimento maior.
A taxa média de juros do crédito livre para pessoas físicas está em 58,3% ao ano, o maior nível para o período desde 2017.
Além disso, 30,5% das famílias têm contas em atraso.
A concorrência com lojas estrangeiras também pesa, devido ao avanço das importações.
Descontos
A CNC monitorou 150 produtos de 30 categorias e aponta que 70% delas têm alto potencial de redução, com preços em queda superior a 5%.
Maiores descontos médios:
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Papelaria: 10,14%
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Livros: 9,02%
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Joias e bijuterias: 9,01%
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Perfumaria: 8,20%
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Utilidades domésticas: 8,18%
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Higiene pessoal: 8,11%
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Moda: 7,82%
Origem
Inspirada na megaliquidação que ocorre nos Estados Unidos após o Dia de Ação de Graças, a Black Friday brasileira movimentou R$ 1,52 bilhão em 2010, quando ainda envolvia poucos setores.
Cuidados com golpes
A Senacon orienta consumidores a ficarem atentos a práticas enganosas:
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Desconfie de descontos muito altos
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Verifique a reputação da loja
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Confira prazos de entrega e reembolso
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Prefira sites seguros (https e cadeado no navegador)
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Lembre-se do direito de arrependimento em até 7 dias nas compras on-line
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Denuncie fraudes no consumidor.gov.br ou Procon
Golpes com IA
Pesquisa do Reclame Aqui mostra que 63% dos consumidores não conseguem identificar golpes feitos com inteligência artificial.
Entre os sinais de alerta estão:
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Vídeos e áudios artificiais, com movimentos e vozes fora de ritmo
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Anúncios falsos com celebridades
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Mensagens muito formais, repetitivas ou com erros sutis
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Perfis recém-criados com aparência profissional
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Imagens e logos distorcidos
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Atendimentos digitais que simulam humanos, mas são genéricos


