
Manaus – O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) confirmou, nesta quinta-feira (17), a pré-candidatura do deputado federal Capitão Alberto Neto (PL-AM) ao Senado nas eleições de 2026. A declaração foi feita durante entrevista coletiva na entrada do Senado Federal, em Brasília, como parte da estratégia da direita para ocupar a maioria das 81 cadeiras da Casa.
“Há um interesse nosso enorme nas eleições para o Senado. Nós queremos um Senado forte para equilibrar os poderes”, afirmou Bolsonaro. “Está aqui o Capitão Alberto, do Amazonas”, completou, ao mencionar o parlamentar amazonense.
A indicação ocorre no momento em que Bolsonaro tem reforçado nomes ligados a seu grupo político para o próximo pleito. Ele confirmou que o filho Carlos Bolsonaro deve disputar uma vaga em Santa Catarina, enquanto o senador Flávio Bolsonaro tentará a reeleição no Rio de Janeiro. Já Michelle Bolsonaro, ex-primeira-dama, será candidata ao Senado pelo Distrito Federal.
No Amazonas, o PL também aposta na empresária Maria do Carmo Seffair, lançada como pré-candidata ao governo do Estado. Ela foi vice na chapa de Alberto Neto na disputa pela prefeitura de Manaus em 2024 e conta com o apoio declarado da família Bolsonaro.
Durante a entrevista, Bolsonaro e Flávio também comentaram a situação do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que está nos Estados Unidos e é investigado no inquérito que apura tentativa de golpe de Estado. Eduardo é cotado para disputar o Senado por São Paulo em 2026. Segundo Flávio, ele está licenciado até 4 de agosto e ainda pode faltar a 44 sessões da Câmara sem risco de perder o mandato.
“Estão antecipando uma situação que o Eduardo não precisa se posicionar agora. Óbvio que está na responsabilidade dele e vai tomar a decisão”, afirmou Flávio. Bolsonaro completou: “Com todo respeito aos parlamentares, ele é mais útil lá, do que aqui. Aqui ele apenas vai responder a mais um processo na iminência de ser preso”.
Bolsonaro ainda se ofereceu para negociar com o ex-presidente norte-americano Donald Trump a reversão das tarifas de 50% impostas às exportações brasileiras. Segundo ele, a resolução do impasse estaria condicionada à interrupção dos processos no STF e às disputas judiciais com big techs. “Se o presidente Lula me der um passaporte, eu vou negociar”, ironizou.
Por fim, Bolsonaro voltou a defender a anistia para os envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023, afirmando que não se trata de um benefício pessoal. “Quando falam em anistia, pensam logo em mim. Mas eu nem estava aqui em janeiro. A anistia é para os condenados”, disse.