BRASIL – Ao comentar sobre preços de combustíveis em alta, o presidente Jair Bolsonaro lamentou neste sábado (6) que a Petrobras seja independente na definição das cotações e voltou a falar sobre a possibilidade de privatizar a companhia.

“Sabemos da inflação, aumento de combustíveis, sabemos da Petrobras, (ela) é independente, infelizmente, independente. E estamos buscando uma maneira da nossa parte de ficar livre da Petrobras”, afirmou ele, após participar de uma motociata no Paraná.

O presidente também manifestou a intenção de fatiar “bastante” a Petrobras e “quem sabe partir para privatização”. Mas ele ponderou que esse processo de desestatização seria demorado.

A Petrobras vem realizando um amplo programa de desinvestimentos, que inclui vendas de oito refinarias, para reduzir sua dívida e focar investimentos em ativos de exploração e produção de petróleo no pré-sal.

Recentemente, executivos da Petrobras reforçaram que a empresa segue política de preços de combustíveis que se baseia em análises técnicas independentes, mas evitando repassar para o mercado e clientes as volatilidades externas e da taxa de câmbio causadas por eventos conjunturais.

Com ajustes ao final do mês passado, o diesel vendido nas refinarias da Petrobras passou a acumular alta de cerca de 65% neste ano, enquanto a gasolina subiu mais de 70% no acumulado de 2021.

Os comentários de Bolsonaro ocorrem após o Ministério da Economia ter encaminhado comunicação à Petrobras afirmando que não há estudos para a privatização da empresa, após o presidente Jair Bolsonaro ter feito declarações sobre o tema.

“O Ministério da Economia encaminhou comunicação formal informando não haver fato relevante a ser comunicado ao mercado pela União neste momento ou recomendação de inclusão da desestatização da Petrobras no Programa de Parcerias de Investimentos, e que não há estudos ou avaliações em curso que tratem do tema”, informou a Petrobras em nota pública divulgada na sexta-feira (5).

Procurada neste sábado, a companhia informou que não vai se posicionar sobre a fala do presidente Jair Bolsonaro e destacou que o único posicionamento da estatal será o já enviado nesta sexta-feira (5).

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