Jair Bolsonaro (sem partido) alegou nesta quarta-feira (4) que só vai tomar uma vacina que permita viajar ao mundo todo e voltou a desacreditar a Coronavac, mesmo sem estudo científico que comprove tal afirmação. Ele ainda repetiu que será o último no país a receber a dose.

“Vou tomar a vacina que possa entrar no mundo todo. Não posso tomar essa vacina… Lá de São Paulo, que não está aceita na Europa nem nos Estados Unidos. Eu viajo o mundo todo, tenho de tomar a específica aceita no mundo todo”, disse Bolsonaro à Rádio 96 FM, de Natal (RN).

Bolsonaro não citou a Coronavac, mas o imunizante desenvolvido pelo laboratório chinês Sinovac e produzido no Brasil pelo Instituto Butantan já foi alvo de ataques de Bolsonaro.
Ele se referiu ao produto como “vacina chinesa de João Doria [o governador paulista]” em outubro de 2020. Na ocasião, ele forçou o ex-ministro da Saúde e general da ativa Eduardo Pazuello a desfazer a promessa de compra do imunizante.

Países adotam regras diferentes sobre a entrada de viajantes. Entre os europeus, Espanha e Suíça, por exemplo, já aceitam a Coronavac em certificados de vacinação.

A Aliança Covax, coordenada pela OMS (Organização Mundial da Saúde), pede que países autorizem a entrada de pessoas que receberam a imunização completa com vacinas que foram certificadas pela entidade, como a Coronavac.

Por causa da alta incidência da Covid no Brasil, os Estados Unidos exigem uma quarentena de 14 dias em outro país para liberar a entrada de viajantes. Há exceções, por exemplo, para autoridades de governos, como é o caso de Bolsonaro.

Não é a primeira vez que Bolsonaro ataca a Coronavac. No ano passado, disse que não acreditava que a vacina transmitia credibilidade “pela sua origem” e usou como justificativa que “esse vírus [Covid-19] teria nascido” na China. Bolsonaro também tem distorcido informações sobre a eficácia do imunizante.

Com informações de Folha de S.Paulo

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