
Brasil – O Bradesco alcançou lucro líquido recorrente de R$ 5,86 bilhões no primeiro trimestre de 2025, um crescimento de 39,3% em relação ao mesmo período do ano anterior e de 8,6% sobre o último trimestre. O retorno sobre o patrimônio líquido médio (ROAE) chegou a 14,4%.
Segundo o banco, o desempenho é consequência de avanços operacionais e da evolução do plano de transformação da instituição. “A melhora da rentabilidade está em curso e segue em linha com o guidance anual”, informou a administração em comunicado.
O resultado operacional somou R$ 7,5 bilhões no período, aumento de 51,5% na comparação anual. A receita total foi de R$ 32,3 bilhões, impulsionada por crescimento nas margens financeiras, receitas de serviços e operações de seguros.
A margem financeira chegou a R$ 17,2 bilhões. Enquanto isso, a margem com clientes representou R$ 16,8 bilhões, com alta de 15% em um ano, refletindo o aumento da carteira de crédito e da taxa média de juros, que passou de 8,4% para 8,6%.
Por fim, a margem com mercado ficou em R$ 462 milhões, beneficiada pela estratégia de proteção de resultados em ambiente de Selic elevada.
Carteira de crédito
A carteira de crédito expandida superou R$ 1 trilhão, crescimento de 12,9% em doze meses. Houve maior concentração de operações com garantia, que passaram de 54% para 57% da carteira. O resultado inclui a incorporação de R$ 17,3 bilhões com a aquisição de 50% do Banco John Deere.
No segmento de pessoas físicas, houve crescimento em crédito imobiliário, consignado, rural e pessoal. Micro, pequenas e médias empresas continuaram a ter acesso a capital de giro com garantias por meio de programas como Pronampe, FGO e FGI.
A inadimplência total se manteve estável. Apesar da expansão das carteiras de crédito para pessoas físicas (+4,8%) e jurídicas (+1,5%), o custo do crédito permaneceu em 3,0%. A carteira reestruturada caiu R$ 3,2 bilhões em relação ao trimestre anterior.
As operações de seguros geraram lucro líquido de R$ 2,4 bilhões, crescimento de 25,3% frente ao primeiro trimestre de 2024. O resultado operacional chegou a R$ 5,3 bilhões, com melhora da sinistralidade, especialmente em saúde. O ROAE da seguradora foi de 22,4%.
Despesas, aquisições e distribuição aos acionistas
As despesas operacionais cresceram 12,3%. Desconsiderando os efeitos da aquisição de parte da Cielo e do banco John Deere, o avanço seria de 8,8%. Gastos com pessoal e despesas administrativas subiram 3,7%, abaixo da inflação no período, o que reforça o controle de custos.
O índice de capital nível 1 subiu para 13,0% e o capital principal foi de 11,1%. No trimestre, o Bradesco distribuiu R$ 3,3 bilhões em juros sobre capital próprio aos acionistas.
A instituição mantém as projeções para 2025, com foco em crescimento de receitas, controle de risco e transformação digital. Até março, o banco direcionou R$ 319 bilhões para setores com impacto socioambiental positivo e mira R$ 350 bilhões até o fim do ano.