BRASIL – O Brasil se manteve em 2021 como o país que mais mata pessoas transgêneras em todo o mundo, uma liderança mantida desde que o ranking começou a ser formulado em 2008. Só no último ano, foram 140 assassinatos de travestis e transexuais mapeados pelo dossiê da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), divulgado na sexta-feira (28), véspera do Dia da Visibilidade Trans.

O relatório mostra que o Brasil não tem promovido políticas públicas para proteger as pessoas trans. “O Brasil não tem assumido a proteção de raça (etnia e grupo) em suas ações governamentais, campanhas e políticas públicas, mesmo comprometendo-se nas assembleias da ONU e junto a outros órgãos internacionais”, afirma.

Em relação à distribuição geográfica, São Paulo foi o estado com mais homicídios (25), seguido por Bahia (13), Rio de Janeiro (12) e Ceará e Pernambuco (11). Além dos casos no Brasil, foram identificados dois assassinatos de brasileiras trans em outros países, um na França e outro em Portugal.

A maioria das vítimas segue o mesmo padrão de anos anteriores: é preta (81%), de identidade feminina (96%), foi atacada em espaços públicos (77,5%) e tem até 35 anos (81%), expectativa de vida média dessa população no País.

“Em 2021, o Brasil seguiu sem qualquer ação do estado para enfrentar a violência transfóbica e permaneceu como o que mais assassina pessoas trans do mundo pelo 13º ano consecutivo”, diz o relatório.

Questionado sobre ações para reduzir a violência sobre essa população, o Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos informou os canais de denúncia do Disque 100, para violações gerais de direitos humanos, e do Disque 180, de violência contra a mulher.

Veja o ranking por estado:

São Paulo – 25 casos

Bahia – 13 casos

Rio de Janeiro – 12 casos

Ceará e Pernambuco – 11 casos cada

Minas Gerais – 9 casos

7º Goiás e Paraná – 7 casos cada

Pará – 6 casos

10º Amazonas, Maranhão e Rio Grande do Sul – 4 casos cada

13º Espírito Santo, Mato Grosso do Sul e Mato Grosso – 3 casos cada

16º Alagoas, Amapá, Paraíba, Piauí e o Distrito Federal – 2 casos cada

21º Acre, Rio Grande do Norte, Rondônia e Sergipe – 1 caso cada

25º Roraima e Tocantins – nenhum caso

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