Porto Velho, Rondônia state. Greenpeace Brazil flew over the Southern Amazonas and Northern Rondônia states, in Brazil, to monitor deforestation and forest fires in the Amazon in July, 2022. Porto Velho, Rondônia. O Greenpeace realizou sobrevoos no sul do Amazonas e no norte de Rondônia para monitorar desmatamento e queimadas na Amazônia em julho de 2022.

O Brasil enfrentou em 2024 o pior ano de queimadas desde o início da série histórica do MapBiomas Fogo, com 30 milhões de hectares destruídos pelas chamas. O número representa um aumento de 62% em comparação com a média anual dos últimos 40 anos, que é de 18,5 milhões de hectares.

O levantamento integra a primeira edição do Relatório Anual do Fogo (RAF), que analisa dados de 1985 a 2024. O aumento das áreas queimadas foi generalizado, atingindo quase todos os biomas.

A Amazônia liderou com 15,6 milhões de hectares destruídos – o maior número da série histórica e 117% acima da média. No Pantanal, a área queimada superou em 157% a média histórica, enquanto o Cerrado teve alta de 10%. Em contrapartida, a Caatinga e os Pampas registraram quedas de 16% e 48%, respectivamente.

A Mata Atlântica bateu um recorde negativo: a área atingida pelo fogo foi 261% superior à média dos últimos 40 anos.

SP lidera ranking de municípios com mais fogo em área proporcional

Em 2024, São Paulo concentrou quatro dos dez municípios brasileiros com maior proporção de área queimada, todos na região de Ribeirão Preto: Barrinha, Dumont, Pontal e Pontes Gestal, uma zona marcada por intensa atividade agrícola.

Os dados do MapBiomas Fogo são baseados em imagens de satélite e mostram que as queimadas no Brasil seguem um padrão: concentram-se entre agosto e outubro e se repetem nas mesmas regiões, ano após ano. Apenas nesses três meses, ocorreram 72% de toda a área queimada no país.

Biomas mais afetados em 40 anos

Desde 1985, Cerrado e Amazônia concentram 86% das áreas atingidas por incêndios ao menos uma vez. No total, 64% de toda a área queimada no Brasil ardeu em mais de um episódio ao longo das últimas quatro décadas.

Segundo a coordenadora do MapBiomas Fogo, Ane Alencar, o relatório deve ajudar na formulação de políticas públicas e no manejo territorial.

Quase 70% das queimadas desde 1985 ocorreram em vegetação nativa, totalizando 514 milhões de hectares. Em 2024, essa proporção subiu para 72%, com destaque para a mudança na tipologia das áreas afetadas.

Historicamente, o fogo era mais frequente em áreas de savana, com média anual de 6,3 milhões de hectares. No entanto, no ano passado, os incêndios se concentraram nas florestas, que tiveram 7,7 milhões de hectares queimados – um aumento de 287% em relação à média.

Caatinga, Cerrado, Pampa e Pantanal foram os biomas com maior percentual de vegetação nativa atingida entre 1985 e 2024, todos com mais de 80% da extensão afetada. Já na Amazônia e na Mata Atlântica, o fogo se concentrou principalmente em áreas antropizadas. Na Amazônia, 53,2% da área queimada foi pastagem; na Mata Atlântica, 28,9% era pastagem e 11,4%, agricultura.

Artigo anteriorGoverno do Amazonas realiza pagamento da primeira parcela do 13º salário dos servidores públicos estaduais
Próximo artigoJustiça barra tentativa de David Almeida de cobrar R$ 8,20 e garante Passe Estudantil a R$ 2,50