O recente assassinato do principal cientista nuclear do Irã foi realizado em uma operação que envolveu orientação por satélite, inteligência artificial e reconhecimento facial, de acordo com militares iranianos citados pela mídia do país neste domingo (6).

De acordo coma a agência Iranian Students News Agency (ISNA), Mohsen Fakhrizadeh é acusado de ser o mentor do polêmico programa nuclear do Irã, o que o país nega, foi morto em 27 de novembro, em Teerã. Há relatos sobre como o ataque aconteceu, mas a maioria das versões vinculadas no Irã garantem que foi um ataque sofisticado com tiros e uma explosão.

O assassinato foi possível pela ação de uma “ferramenta eletrônica avançada” guiada por um “dispositivo de satélite”, segundo o brigadeiro-general Ramazan Sharif, porta-voz do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC), conforme relatado pela agência.

Segundo outra agência de notícias do Estado iraniano, o Clube de Jovens Jornalistas (YJC), o subcomandante-chefe do IRGC, Sardar Ali Fadavi, disse que a execução do cientista foi realizado com inteligência artificial e reconhecimento facial.

Para a imprensa, Fadavi afirmou que não havia atiradores no local e que uma metralhadora controlada por satélite reconheceu o rosto de Fakhrizadeh e o mirou. “Verificamos e descobrimos que um satélite estava controlando uma metralhadora remotamente e não havia terrorista no local”, disse Fadavi.

No entanto, especialistas em inteligência e segurança lançaram dúvidas sobre a possibilidade de que o assassinato tenha operado remotamente, e uma ação desse tipo introduz mais fatores de risco em uma operação com pouco espaço aparente para erro.

Embora exista a tecnologia para disparar contra um alvo a partir de um veículo controlado remotamente, um país ou ator teria que contrabandear equipamentos valiosos, incluindo relés de comunicação, receptores de satélite e uma arma que pudesse ser operada remotamente, disseram os especialistas.

O governo israelense não fez comentários sobre as alegações. O ministro israelense de Assuntos de Assentamentos, Tzachi Hanegbi, disse no sábado, 28 de novembro, que “não tinha ideia” de quem assassinou Mohsen Fakhrizadeh, mas chamou isso de “muito embaraçoso para o Irã”.

Na semana passada, um funcionário do governo dos EUA disse que Israel estava por trás do assassinato, mas se recusou a dar detalhes sobre se o governo Trump sabia sobre o ataque antes de ser realizado ou forneceu apoio.

 

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