O Clubhouse começou 2021 como a rede social do momento. Com sua proposta diferenciada de ter apenas conversas por áudio, o aplicativo é exclusivo para iPhone e só permite a entrada por meio de convite de um usuário já ativo na plataforma.
Com a restrição, convites começaram a ser vendidos na internet, principalmente depois de o bilionário Elon Musk participar de um evento no app em 31 de janeiro.
“Passaportes” para o Clubhouse são oferecidos em marketplaces do exterior e também do Brasil. No Ebay, o valor cobrado chega até US$ 125, montante equivalente a R$ 670. Na China, entradas para o app foram anunciadas no Alibaba, mas o app acabou bloqueado no país.
Ofertas de convites para o Clubhouse também são comuns no Twitter. Foi lá que a estudante de nutrição Gabrielle Pereira, de 18 anos, de Goiás, comprou a entrada para a nova rede social, por R$ 80, nesta semana.
“Comprar [o convite] é algo totalmente normal. É uma necessidade que as pessoas têm de fazer parte das novidades”, diz Michel Alcoforado, antropólogo e sócio do grupo Consumoteca, consultoria focada em cultura e inovação.
Mas ele alerta que passar o convite a desconhecidos pode trazer consequências ao usuário.
“Como a plataforma tem uma política de comportamento bastante estrita, se dou um convite a alguém, eu sou responsável por ele. Se a pessoa se comportar mal, ela pode ser banida junto com quem enviou o convite”, afirma Alcoforado.
O futuro do app
O próximo passo importante para a rede social seria ser disponibilizada também para smartphones que têm o sistema Android, o mais utilizado em todo o mundo. Isso deixaria a plataforma com ainda mais competição por espaço de fala.
“Os usuários que estão no Clubhouse atualmente são pessoas com muita experiência em redes sociais. São pessoas que já estavam acostumadas a lives, por exemplo, e querendo aquilo [se apresentar ao público]. Com mais pessoas no app não é possível saber qual dinâmica terá”, afirma Alcoforado.
O sucesso repentino do concorrente levou o Facebook a planejar lançar um produto similar, segundo o jornal “The New York Times”. A empresa, dona do WhatsApp e do Instagram, já se “inspirou” em outros aplicativos que “bombaram”, como o Snapchat e o TikTok, para criar novos recursos para seus aplicativos.
Créditos: Portal G1