
A Coca-Cola anunciou que substituirá o xarope de milho por açúcar de cana na fórmula do refrigerante vendido nos Estados Unidos. A mudança foi divulgada nesta terça-feira (22/7), após pressão do governo americano para valorizar produtos da agricultura local.
Essa alteração reacendeu o debate sobre os efeitos desses ingredientes na saúde. Especialistas afirmam que, do ponto de vista nutricional, a troca não traz benefício significativo para o consumidor.
Embora existam diferenças na composição, tanto o xarope de milho quanto o açúcar de cana são açúcares simples, com alto valor calórico e pouco valor nutricional.
O xarope de milho, especialmente o de alta frutose, é mais processado e contém maior concentração de frutose livre, o que pode aumentar riscos de resistência à insulina, acúmulo de gordura abdominal e doenças cardíacas. Porém, o consumo excessivo de ambos os açúcares está associado a problemas como obesidade, diabetes tipo 2 e distúrbios metabólicos.
O problema maior não está na frutose em si, mas na forma como ela é consumida. A frutose das frutas, que vem acompanhada de fibras, vitaminas e antioxidantes, é benéfica para o organismo, enquanto a frutose concentrada presente em xarope de milho e doces industrializados pode sobrecarregar o fígado e favorecer o acúmulo de gordura.
Com a mudança de ingrediente, o sabor da Coca-Cola pode sofrer alterações sutis. No Brasil, onde a bebida já é adoçada com açúcar de cana, o gosto é um pouco diferente da versão americana, que usava xarope de milho. As mudanças nas fórmulas passam por vários testes para manter o padrão de sabor, mas os consumidores costumam notar diferenças.