Condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a dez anos de prisão por invasão de sistemas do CNJ e falsidade ideológica, a deputada Carla Zambelli (PL-SP) anunciou nesta terça-feira (3) que deixou o Brasil e está em Portugal, onde busca tratamento médico. Ela também informou que vai pedir licença do mandato e terá seu gabinete ocupado pelo suplente.
“Estou fora do Brasil há alguns dias. Vim inicialmente para tratamento médico que já fazia aqui. Vou pedir afastamento do cargo, o que a Constituição permite, e passarei a não receber salário. Meu gabinete ficará com o suplente. Vou me basear na Europa, onde tenho cidadania”, declarou em live no YouTube.
Zambelli negou que esteja abandonando a luta política: “Muito pelo contrário, é resistir para continuar falando o que quero.”
No mês passado, a Primeira Turma do STF condenou Zambelli por unanimidade a dez anos de prisão em regime inicial fechado e multa equivalente a 2 mil salários mínimos. Segundo o tribunal, ela teria ordenado o hacker Walter Delgatti Neto a invadir o Conselho Nacional de Justiça para adulterar documentos, alvarás de soltura e emitir um mandado de prisão contra o ministro Alexandre de Moraes. A deputada nega as acusações.
Além deste processo, Zambelli responde a outro inquérito no STF por porte ilegal de arma e constrangimento ilegal, cujo julgamento está suspenso para análise mais aprofundada.
Na última sexta-feira (30), ela transferiu suas contas nas redes sociais para sua mãe, Rita Zambelli, por receio de que, caso seja declarada inelegível, suas contas sejam derrubadas. Também anunciou a pré-candidatura do filho João Zambelli.
