
Na manhã desta segunda-feira (16/06), o Irã disparou uma nova série de mísseis contra Israel, deixando ao menos oito mortos e 92 feridos, segundo os serviços de emergência israelenses. O ataque é resposta aos bombardeios israelenses que atingem território iraniano pela quarta noite seguida.
O Irã anunciou o lançamento de cerca de cem mísseis e prometeu retaliar com ainda mais força os ataques israelenses à sua infraestrutura militar e nuclear, que já deixaram pelo menos 224 mortos no país desde sexta-feira.
De acordo com Israel, já foram disparados mais de 370 mísseis iranianos e centenas de drones, causando 24 mortes e mais de 500 feridos no território israelense.
Em retaliação, a Força Aérea israelense atacou dez centros de comando em Teerã, ligados à Força Quds — braço militar e de inteligência da Guarda Revolucionária responsável por operações fora do Irã.
Este conflito é um dos mais intensos da longa rivalidade entre Israel e Irã, e aumenta o receio de uma guerra em maior escala. A República Islâmica rejeita negociar um cessar-fogo enquanto sofre ataques, enquanto Israel promete manter a pressão militar.
No domingo, após ataques aéreos israelenses que ampliaram os alvos para além de instalações militares — atingindo refinarias de petróleo e prédios governamentais —, a Guarda Revolucionária declarou que as próximas ofensivas serão “mais contundentes, precisas e destrutivas”.
Destruição em Tel Aviv e Haifa
Em Tel Aviv, prédios foram derrubados e bombeiros buscam sobreviventes nos escombros. Projéteis também atingiram cidades próximas, como Petah Tikva e Bnei Brak.
Um míssil caiu próximo ao consulado dos EUA em Tel Aviv, causando danos leves, informou o embaixador americano Mike Huckabee.
Na cidade portuária de Haifa, mísseis iranianos atingiram a maior refinaria de petróleo de Israel, provocando incêndios.
Explosões, provavelmente de interceptações israelenses, cobriram Tel Aviv com fumaça preta nas primeiras horas desta segunda.
Ataques profundos no Irã
Israel intensificou os ataques atingindo alvos no interior do Irã, incluindo o aeroporto de Mashhad, a mais de 2.300 km de Israel.
O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu afirmou que sua ofensiva pode levar à mudança de regime no Irã e convocou o povo iraniano a se levantar contra os aiatolás.
Além disso, Israel matou o chefe e o vice-chefe da Inteligência da Guarda Revolucionária do Irã em ataques recentes.
Em Teerã, depósitos de combustível, sede da polícia e outros 80 alvos foram bombardeados, causando uma densa nuvem de fumaça e intensa fuga da população.
O Ministério da Saúde iraniano informa que pelo menos 244 pessoas morreram e 1.277 ficaram feridas nos ataques israelenses desde sexta-feira.
Resposta e escalada do conflito
O ministro iraniano Abbas Araghchi advertiu que o Irã não buscará a expansão do conflito, mas acusou Israel de ultrapassar “linhas vermelhas” ao atacar instalações nucleares e infraestruturas de energia, incluindo a maior reserva de gás do mundo.
O grupo rebelde houthi, no Iêmen, aliado do Irã, também lançou mísseis contra Israel, declarando coordenação com Teerã.
O Irã cancelou negociações nucleares com os EUA, argumentando que não faz sentido dialogar sob bombardeios.
Reações internacionais
Líderes do G7 buscam mediar a crise e pressionar por um cessar-fogo.
A Alemanha, França e Reino Unido dizem estar dispostos a dialogar imediatamente com o Irã para conter a escalada.
Donald Trump afirmou que os EUA não participaram da ofensiva israelense, mas advertiu que reagirá caso o Irã ataque instalações americanas.
Por sua vez, o presidente francês Emmanuel Macron rejeitou a ideia de mediação russa no conflito, enquanto a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, reafirmou o direito de Israel se defender e alertou sobre o Irã como fonte de instabilidade regional.