Qual o cheiro de uma pessoa contaminada com covid-19? Essa é uma resposta que somente um cachorro poderia nos dar com precisão.

A capacidade olfativa de um de nossos animais de estimação favoritos tornou-se mais uma ferramenta para combater a pandemia covid-19, que já causou mais de 20 milhões de infecções e um milhão de mortes em todo o mundo.

Em países como Finlândia, Líbano, Argentina, Chile, Alemanha, Estados Unidos, Colômbia e México, as autoridades estão treinando cães para que possam detectar pessoas infectadas com o novo coronavírus. Algumas semanas atrás, cães especialmente treinados para detectar a covid-19 pelo olfato começaram a rastrear passageiros como parte de um programa piloto no aeroporto de Helsinque, na Finlândia.

De acordo com a professora Anna Hielm-Bjorkman, da Universidade de Helsinque, os cães podem detectar o vírus em humanos cinco dias antes do aparecimento dos sintomas. “Eles são muito bons [na detecção do coronavírus]. Estamos nos aproximando de 100% de eficácia”, explica ela.

Felipe Valencia, veterinário colombiano e especialista em adestramento de cães, desenvolve projeto semelhante em conjunto com a Universidade de Antioquia, observa que a habilidade dos cães pode torná-los muito confiáveis ​​nesses casos. “Os cães usam 40% do cérebro para processar o que cheiram, por isso podem se tornar uma excelente ferramenta para combater essa doença”, diz ele.

A ideia da maioria desses programas é usar cães em locais de chegada de pessoas em países, como aeroportos ou estações de trem, a fim de facilitar a movimentação de pessoas sem a necessidade de impor restrições ou confinamentos.

Cães farejados têm ajudado no combate à pandemia.

Mas como os cães podem detectar covid-19?

De acordo com várias pesquisas, é difícil estabelecer o que os cães realmente cheiram. Susan Hazel, veterinária da Universidade de Adelaide, na Austrália, explica em um artigo sobre o assunto que cães são treinados com amostras de suor das pessoas, que podem ou não estar infectadas. “Os compostos orgânicos voláteis que são liberados das amostras de suor são uma mistura complexa. Portanto, é provável que os cães estejam detectando uma mistura particular de cheiros, em vez de compostos individuais”, diz a veterinária.

Os cães, acrescenta, têm em média 220 milhões de receptores olfativos no nariz, o que lhes permite detectar alterações mínimas nas substâncias. A premissa é a mesma da equipe de especialistas do Chile, outro dos países que treina cães para detectar o covid-19 em pessoas assintomáticas. “Não é que o vírus tenha um odor particular, mas a reação que o corpo de uma pessoa tem à infecção pode ser percebida”, disse o veterinário Fernando Madrones, da Universidade Católica do Chile, a um jornal local.

Segundo Madrones, quando alguém é infectado pela covid-19, há uma série de reações metabólicas no corpo, que por sua vez produz esses compostos orgânicos voláteis, que se concentram nos órgãos ligados ao suor. Isso acontece vários dias antes de a pessoa apresentar algum sintoma. Amostras de urina, saliva e suor têm sido usadas em experimentos em todo o mundo.

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