Neste sábado (22), o presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que a Covid-19 matou “um número insignificante” de crianças. Mesmo com a aprovação da Anvisa para a vacinação infantil, o chefe do Executivo segue sendo contra a imunização de crianças.

“Algumas morreram? Sim, morreram, lamento profundamente, mas é um número insignificante, tem que levar em conta se elas tinham comorbidade também”, declarou Bolsonaro, durante uma conversa com jornalistas em Eldorado, no interior de São Paulo.

Embora o presidente tenha falado em dados “insignificantes”, a Câmara Técnica de Assessoramento em Imunização (CTAI), grupo técnico do Ministério da Saúde, apontou, em dezembro, que 1.449 crianças já haviam morrido em virtude do coronavírus.

O presidente chegou a falar sobre a necessidade de apontar os efeitos colaterais das injeções. “Tem que ser falado o quê por ocasião da vacinação? Quem for aplicar a vacina? Olha, tá aqui teu filho, de 5 anos de idade. Ele pode ter palpitação, dores no peito e falta de ar. Vai ser dito para ele”, falou, mencionando o ofício do Supremo Tribunal Federal (STF) ao Ministério Público pedindo a fiscalização de pais antivacina.

Na quinta-feira (20/), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou a aplicação da CoronaVac, ligada ao Instituto Butantan, em jovens de 6 a 11 anos. O imunizante será incorporado à campanha de vacinação infantil.

Após Bolsonaro chamar de “insignificante” o número de mortes de crianças por causa da COVID-19, a deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) reagiu e o chamou de “desgraçado”.

A parlamentar deu a resposta neste sábado (22), horas após o presidente da República dizer, em Eldorado (SP), que o público infantil não precisou de muitos leitos e atendimento complexo nos hospitais.

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