
Na quarta-feira (1º), uma flotilha humanitária rumo à Faixa de Gaza foi interceptada por forças israelenses em águas internacionais. Entre os passageiros estava a deputada federal Luizianne Lins (PT-CE) e outros integrantes da Flotilha Global Sumud (GSF), que tinha como objetivo entregar suprimentos a Gaza partindo de portos do Mediterrâneo.
A própria deputada, que cumpre seu segundo mandato como federal, comunicou a interceptação em vídeo publicado nas redes sociais. “Se você está assistindo este vídeo é porque eu fui sequestrada pelas forças de ocupação israelenses e levada contra a minha vontade. Peço ao meu governo para acabar com qualquer relação econômica com Israel e a me levar para casa”, afirmou.
Segundo sua assessoria, o último contato com Luizianne ocorreu por volta das 18h30, cerca de uma hora antes da abordagem. A equipe destacou a mobilização de uma ampla rede de solidariedade e informou que seguirá buscando informações sobre a situação.
Na terça-feira (30), Israel divulgou documentos que apontam ligação entre a flotilha e o grupo Hamas, incluindo um texto de 2021 assinado por Ismail Haniyeh, ex-chefe político da organização, confirmando apoio formal à Conferência Palestina para Palestinos no Exterior (PCPA). Segundo o governo israelense, o grupo criado em 2018 funciona como fachada do Hamas, que organiza manifestações internacionais, e foi declarado organização terrorista em 2021.
Após o episódio, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), solicitou ao Itamaraty apoio imediato para garantir os direitos da deputada e dos demais brasileiros envolvidos. A chancelaria expressou preocupação, condenou a ação militar e pediu a suspensão das restrições à entrada de ajuda humanitária em Gaza, mantendo contato permanente com as autoridades israelenses para prestar assistência consular conforme a Convenção de Viena.