Amazonas – Símbolo de grande mobilização nacional de conscientização para a prevenção ao vírus HIV, à Aids e outras Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST), o “Dezembro Vermelho” nasceu a partir da Lei 13.504/2017. O mês foi escolhido pelo Ministério da Saúde, em razão do Dia Mundial de Conscientização e Combate à Aids, celebrado em 1º de dezembro. A ideia surgiu para reforçar a solidariedade, a tolerância e a compreensão dispensada às pessoas vivendo com o HIV, que precisam de assistência especializada diante do diagnóstico.

No Amazonas, o Governo do Estado oferece atendimento à população através dos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA) que, articulados aos demais serviços do Sistema Único de Saúde (SUS), representam uma estratégia importante na promoção da equidade de acesso ao aconselhamento e ao diagnóstico do HIV, hepatites B e C, sífilis e outras IST.

Após o diagnóstico, em caso positivo para HIV, os pacientes são encaminhados para o Serviço de Assistência Especializada (SAE), que conta com uma equipe multidisciplinar composta por médico, enfermeiro, assistente social, psicólogo e farmacêutico, para melhor atender os pacientes.

“No SAE o paciente vai passar por consulta com cada um dos profissionais e cada um desses profissionais vai atendê-lo dentro da sua especificidade técnica, então ele vai compreender em que consiste, quais exames ela vai fazer, como vai ser a consulta médica, quais remédios vai tomar, a importância dele aderir ao tratamento e fazer corretamente e como vai ser feito o monitoramento do HIV em seu organismo”, explicou a psicóloga Raquel Maria Navarro, que há sete anos faz parte da equipe multidisciplinar do SAE da Fundação Alfredo da Matta (Fuam) e também trabalha no CTA da unidade.

Além do acolhimento após o diagnóstico, Raquel pontuou os objetivos relacionados ao papel do psicólogo no SAE. “Meu papel como psicóloga é fazer uma avaliação psicológica da condição que o paciente chega ao SAE para, dessa forma, poder verificar se há a dificuldade de aceitação do diagnóstico desse paciente. Além disso, também oferecemos apoio na comunicação do diagnóstico para parceiros (as) e familiares, e também acompanhamos esses pacientes através de psicoterapia ao longo do tratamento para o HIV”, destacou.

Servidora do Estado há 15 anos, a assistente social do SAE da Fuam, Lídia Vale, falou sobre a importância que cada profissional tem no atendimento e no processo de cuidado da pessoa vivendo com HIV. “No SAE Fuam o atendimento é feito por uma equipe multiprofissional e todos desempenham papel importante desde o primeiro serviço prestado. No primeiro momento é feito o acolhimento do usuário e esse momento é precioso, porque muitas vezes percebemos pessoas ainda em diagnóstico recente, então temos que conduzir da melhor forma possível esse processo”, explicou.

Entre suas atribuições, o assistente social é o profissional que irá possibilitar acesso do usuário do SUS aos serviços de assistência social, atendimento e orientação aos familiares quando necessário. Para Lídia, os pacientes não devem desanimar, mas sim procurar seguir o tratamento de forma correta. “A mensagem que devemos e procuramos passar cotidianamente é que pessoas vivendo com HIV podem ter uma vida normal, manterem relacionamentos afetivos, trabalhar, estudar, constituir família, serem felizes. O importante é buscar o tratamento o quanto antes e fazer o acompanhamento de forma correta”, ressaltou.

 

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