Na última quarta-feira (27/8), em meio à crescente pressão dos Estados Unidos, o governo da Venezuela anunciou uma nova rodada de alistamento militar de civis. A convocação foi feita pelo ministro da Defesa e Soberania, Vladimir Padrino López, um dos principais líderes do chavismo no país.

Segundo o ministro, mil postos de alistamento estarão disponíveis nos 225 municípios da Venezuela no sábado (30/8) e domingo (31/8). No último fim de semana, o governo já havia promovido um alistamento em massa com o objetivo de fortalecer a Milícia Nacional Bolivariana. Até agora, não há informações precisas sobre o número de civis inscritos ou a forma como serão utilizados, mas Padrino López havia destacado uma “participação massiva” na convocação anterior.

A mobilização ocorre em um contexto de tensão com os Estados Unidos. Washington classifica Nicolás Maduro como líder do cartel Los Soles, considerado pelo governo norte-americano uma organização terrorista. A nova designação abriu espaço para possíveis operações militares em outros países contra o tráfico de drogas na América Latina.

De acordo com reportagem do The New York Times, o Pentágono recebeu instruções de Donald Trump para agir contra cartéis na região, resultando no envio de três navios de guerra com cerca de 4 mil militares à costa venezuelana.

Em resposta à ameaça norte-americana, Maduro intensificou a mobilização militar interna: além do alistamento de civis, cerca de 4,5 milhões de milicianos foram convocados e 15 mil militares enviados à fronteira com a Colômbia. Navios de guerra também foram deslocados para patrulhar as águas territoriais venezuelanas.

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