O dólar à vista fechou em alta de 1,53% nesta sexta-feira (1º/11), cotado a R$ 5,86 para compra e R$ 5,87 para venda. Este é o maior patamar da moeda americana desde 2021 e o segundo maior valor nominal da história, superado apenas pelo recorde de R$ 5,90 alcançado em maio de 2020. Na véspera, o dólar estava em R$ 5,78. A incerteza fiscal, relacionada à relação entre os gastos e as receitas do governo, foi apontada como a principal razão para a elevação do dólar.

Analistas esperavam um anúncio de cortes de gastos federais após o segundo turno das eleições, mas a ausência desse comunicado gerou frustração e uma nova precificação da moeda americana. Emerson Vieira Junior, da Convexa Investimentos, observa que, nesta sexta-feira, o dólar valorizou-se globalmente, mas com um aumento mais acentuado no Brasil. Às 16 horas, a elevação do dólar em relação ao real era de 1,36%, enquanto em comparação ao peso mexicano a alta era de 1,22%, e em relação ao dólar australiano, 0,36%. Vieira Junior alerta que o governo enfrenta um dilema e precisará cortar gastos significativos para evitar que o dólar chegue a R$ 6,00.

Christian Iarussi, da The Hill Capital, destaca que o aumento do dólar reflete uma “confluência de incertezas” tanto no Brasil quanto globalmente. Ele observa que a falta de um pacote claro de cortes de gastos do governo Lula gera pessimismo entre investidores, que buscam segurança em ativos mais estáveis, como o dólar. Hugo Queiroz, da L4 Capital, acrescenta que a trajetória dos gastos públicos tem causado preocupação no mercado, tornando o dólar um termômetro da avaliação de risco.

Além disso, a Bolsa brasileira (B3) também teve um desempenho negativo, com o Ibovespa, o principal índice, fechando em queda de 1,23%, aos 128.116 pontos. As principais ações do indicador, incluindo Petrobras, Vale e grandes bancos como Itaú, Bradesco e Santander, encerraram o dia em baixa.

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