Manaus – Organizadora da Parada do Orgulho LGBT, a ativista Bruna La Close anunciou que vai disputar uma das 41 cadeiras da Câmara Municipal de Manaus (CMM) na eleição deste ano pelo PT para, segundo ela, preencher o vazio de projetos na Casa Legislativa em prol da comunidade LGBT.

“Na história do nosso parlamento municipal quase não há políticas públicas aprovadas em lei e voltadas para a sociedade LGBT. E é aí que vamos atuar, na falha intencional de um estado omisso que falta muito conosco e queremos preencher essa lacuna com a nossa representatividade”, salientou.

Relatório divulgado pelo Grupo Gay da Bahia mostra que, no ano passado,  329 LGBT+  tiveram morte violenta no país, vítimas da homotransfobia. Em 2014, a entidade apontou Manaus como uma das capitais campeãs em crimes desse tipo.

“Mas pode ter certeza que os nossos projetos serão todos voltados às necessidades e a tudo que passa no dia-a-dia um LGBT na sua vida, na sua casa, no seu trabalho. Todos os problemas enfrentados nas questões da saúde de uma LGBT, nas questões dos atendimentos aos órgãos públicos, preconceitos, crime, violência e tudo que assola e circunda a vida de um LGBT”, disse a pré-candidata.

Bruna nasceu em Maués, viveu durante sua adolescência em Itacoatiara e depois veio para Manaus. Sua escolha pela política se deu pelos anos de vivências na causa LGBT. “A minha decisão pela candidatura foi algo que o tempo, a luta e a própria conjuntura política desse momento que o país vive, neste momento fascista, me trouxe a tomar essa decisão”, disse.

De acordo com Bruna, a opção pelo PT se deu pela boa recepção que recebeu. “O meu partido é o PT. Partido das Trabalhadoras e dos Trabalhadores e principalmente ‘das LGBTs’. Eu entrei no PT por entender que esse partido tem uma história com a causa LGBT e também por ter sido muito bem acolhida pelo partido e com muito carinho quando lá eu cheguei”, lembrou.

A pré-candidata enfatizou que já vem realizando atividades políticas há mais de 20 anos. “Fazemos reuniões, visitas nas delegacias, nos hospitais, para verificar e ajudar as LGBTs que passam por violências. Também acompanhamos casos de crimes e ajudamos a solucionar alguns”, afirmou

La Close afirmou também que as lutas fazem parte do dia-a-dia na política, ativismo, militância e na luta LGBT. “Estamos travando essa luta na sociedade por querer algo melhor e dias melhores para nós”, disse.

Os possíveis enfrentamentos que podem ser encontrados nas campanhas não assustam Bruna, que comparou com dia-a-dia de um LGBT. “Enfrentamos preconceitos, perseguições, sabotagem, muita crítica negativa e muita puxada de tapete. Mas nós estamos aqui para lutar e para ser a voz da comunidade LGBT de Manaus, portanto para a gente os enfrentamentos são naturais, acostumamos com a guerra”, salientou.

A agora petista disse que a recepção dos seu público foi positiva. “A recepção foi e está sendo maravilhosa. Todas e todos nos apoiaram e estão nos dando muita força”, lembrou.

Se eleita, Bruna prometeu inserir e trabalhar os nossos projetos voltados de forma mais efetiva para as necessidades da causa LGBT. “A nossa luta será para aprovar leis e projetos dentro das necessidades que passamos, do risco que corremos e da vulnerabilidade que a comunidade LGBT corre todos os dias, por isso que o nosso foco é uma Manaus pela inclusão, que tem a representação de trazer a comunidade para o debate que interessa de fato a nós”.

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