Brasil – O ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT), elevou o tom contra o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), acusando-o de agir contra os interesses nacionais ao articular, com autoridades dos Estados Unidos, a aplicação de sanções econômicas e políticas contra o Brasil. As declarações foram feitas nesta sexta-feira (15) em entrevista à Rádio Metrópole, segundo informações do O Globo.

“O filho do Bolsonaro virou um traidor-mor, um Judas, como os que traíram a Inconfidência Mineira. É um traidor do país. Alguém que é deputado, que foi eleito pelo povo, viaja para os Estados Unidos para tentar ficar prejudicando a economia, prejudicando os empresários, a indústria”, afirmou Rui.

Eduardo Bolsonaro pede ampliação de sanções

Na quinta-feira (14), Eduardo Bolsonaro declarou esperar que o governo norte-americano amplie sanções contra autoridades brasileiras e adote novas tarifas, em reação ao julgamento de Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF). À agência Reuters, o parlamentar disse acreditar que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, responderá à decisão do ministro Alexandre de Moraes, que determinou prisão domiciliar a Jair Bolsonaro e proibiu contatos dele com o filho ou autoridades estrangeiras.

O deputado afirmou ainda que os presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), “já estão no radar” das autoridades americanas.

Questionado sobre a tarifa de 50% imposta por Trump a produtos brasileiros, Eduardo defendeu a medida, alegando que o Brasil vive “sob uma ditadura” e responsabilizando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Alexandre de Moraes. O Brasil foi o primeiro país a ser incluído na sobretaxa anunciada por Trump, fora da lista inicial divulgada em abril. A medida passou a valer no último dia 6.

Críticas ao ataque ao Mais Médicos

Rui Costa também reagiu à decisão dos EUA de revogar vistos de brasileiros que atuaram no programa Mais Médicos, classificando a ação como “mais um ataque infundado do presidente dos Estados Unidos contra o Brasil”.

O ministro destacou que, há 12 anos, o país contou com médicos cubanos para suprir a ausência de profissionais brasileiros em áreas remotas, mas que hoje o cenário mudou. “A última seleção do Mais Médicos foi composta por mais de 90% de profissionais com CRM no Brasil. Ou seja: o discurso norte-americano, além de falso, é mal-intencionado”, escreveu.

Na quarta-feira (13), o Departamento de Estado dos EUA anunciou a revogação de vistos de Mozart Julio Tabosa Sales, Alberto Kleiman e seus familiares. Ambos trabalharam no Ministério da Saúde durante a execução do programa e participaram de seu planejamento e implementação.

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