
As decisões recentes do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), continuam a dividir o país. A prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e as medidas impostas a seus aliados reacenderam o debate sobre o papel do Judiciário e impulsionaram a articulação política de senadores que defendem o impeachment do magistrado.
O movimento ganhou fôlego na última sexta-feira (1º), quando o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) compartilhou, em seu perfil na rede social X, o que chamou de “placar atualizado” sobre o posicionamento dos senadores em relação ao impeachment de Moraes. Os dados são do site votossenadores.com.br, que monitora publicamente as posições dos parlamentares sobre o tema.
Segundo o levantamento, 34 senadores seriam favoráveis ao impeachment, 19 contrários e outros 28 estariam indefinidos. Entre os nomes listados como contrários à proposta está o do senador Eduardo Braga (MDB-AM), eleito pelo Amazonas.
De acordo com o site, Braga estaria entre os parlamentares que entendem que o afastamento de um ministro do Supremo só pode ocorrer por decisão do Senado, dentro dos limites constitucionais — e que, por isso, não apoiariam o avanço do processo de destituição.
O site também informa que a pressão continua nos bastidores. Embora existam pelo menos 20 pedidos de impeachment contra Moraes protocolados no Senado com apoio declarado de 33 senadores, a decisão de dar andamento a qualquer um deles cabe ao presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), que até o momento tem evitado pautar o tema.
Para que o processo avance, seriam necessários 54 votos — ou dois terços do plenário do Senado.
Enquanto isso, o debate segue como um dos pontos centrais da atual crise política, aprofundando a polarização e colocando o Supremo Tribunal Federal no centro da disputa entre os Poderes.