As ações da Petrobras começaram a semana com queda de 20%, puxando o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, que recua mais 5%, e também os papéis de outras estatais, como Eletrobras e Banco do Brasil. A forte queda é uma reação do mercado financeiro à interferência do presidente da República, Jair Bolsonaro, no comando da petroleira.

Na sexta-feira, ele indicou o general e ex-ministro da Defesa Joaquim Silva e Luna, atualmente diretor-geral brasileiro de Itaipu Binacional, para assumir a presidência da Petrobras e um assento no Conselho de Administração da estatal. Na mesma sexta-feira, após declarações de Bolsonaro, as ações tiveram queda de quase 8% e a empresa perdeu R$ 28,2 bilhões em valor de mercado.

Às 11h14 desta segunda-feira, as ações ON da Petrobras tinham queda de 20,63% e as PN, 20,71%. Eletrobras ON caía 7,11% e as ações do Banco do Brasil recuavam 12,29%.

O Ibovespa registrava perdas de 5,50%. O dólar, em alta desde a abertura dos negócios, avançava 2,35%, cotado a R$ 5,5121. Na Bolsa de Nova York, o American Depositary Receipts (ADR) da Petrobras, recibos de ações negociadas por lá, despencava mais de 16% no pré-mercado.

Para membros do conselho de administração da Petrobras, a mudança no comando da empresa é vista como inevitável. Alguns conselheiros da estatal estudam votar pela recondução do presidente Roberto Castello Branco, mas o estatuto dá poder à União para fazer a troca.

O mercado também acompanha novas mudanças prometidas por Bolsonaro. No sábado, ele disse que fará trocas no governo envolvendo o primeiro escalão. “Eu não tenho medo de mudar, não. Semana que vem deve ter mais mudança aí para… E mudança comigo não é de bagrinho, não, é tubarão”, disse a apoiadores. “Vamos meter o dedo na energia elétrica, que é outro problema também”, completou.

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