Amazonas – Na manhã desta quinta-feira (28), a Polícia Federal “bateu” na porta do prefeito do município de Rio Preto da Eva (81 KM de distância até Manaus), Anderson Sousa (União Brasil) durante “Operação Emergência 192”, que visa combater crimes de desvios de verba pública e possíveis fraudes em licitações firmadas em contratos entre a prefeitura de Rio Preto para compra de medicamentos e uma ambulância no ano de 2020.

Os agentes da Polícia Federal cumprem 5 mandados de busca e apreensão. Os assessores de Anderson Sousa também estão envolvidos na operação. Durante a operação ocorreram duas prisões em flagrante, cinco armas de fogo foram apreendidas além de munições, documentos, aparelhos eletrônicos e artigos de luxo.

De acordo com informações, as empresas que estão sendo investigadas são suspeitas de se beneficiarem de licitações para com o prefeito do município através de manipulação dos processos legais de licitação.

Em uma nota oficial publicada, a Polícia Federal informou que os sócios das empresas que estão sendo investigadas na Operação mantêm relações pessoais e até mesmo procurações feitas entre si.

“Essas relações indicam a possível falta de competitividade e isenção nos processos licitatórios. Bem como, os sócios das empresas investigadas foram, em algum momento, assessores comissionados da Prefeitura de Rio Preto da Eva e possuem vínculos políticos e pessoais com outros sócios das empresas sob investigação”, diz a PF.

O que diz a Polícia Federal

O trabalho policial se iniciou a partir de denúncia que inicialmente questionava a eficácia terapêutica dos medicamentos adquiridos por meio de dispensa de licitação. Adicionalmente, a denúncia levantou suspeitas sobre a idoneidade da empresa contratada, uma vez que sua atividade principal não está relacionada ao setor hospitalar, mas sim ao comércio varejista de materiais de construção.

Durante as investigações, foram apontados indícios de conluio, visto que as propostas apresentadas pelas empresas nas licitações continham similaridades textuais e erros ortográficos idênticos, o que sugere um acordo prévio para manipular o resultado dos processos licitatórios.

Verificou-se que os sócios das empresas concorrentes mantêm relações pessoais e de confiança entre si, incluindo relações afetivas e procurações outorgadas. Essas relações indicam a possível falta de competitividade e isenção nos processos licitatórios. Ainda, os sócios das empresas investigadas foram, em algum momento, assessores comissionados da Prefeitura de Rio Preto da Eva e possuem vínculos políticos e pessoais com outros sócios das empresas sob investigação.

A análise dos dados financeiros revelou saques fracionados e transferências suspeitas nas contas bancárias das empresas envolvidas, imediatamente após os pagamentos efetuados pela Prefeitura.

As medidas cautelares de busca e apreensão visam obter elementos que comprovem a prática dos crimes investigados, além de aprofundar a investigação sobre o destino dos recursos. Somadas, as penas dos crimes de fraude à licitação, peculato (desvio de recursos públicos) e associação criminosa podem ultrapassar 19 anos de reclusão.

Prefeito já foi preso

Anderson Sousa foi preso em 2013 suspeito de comandar uma quadrilha que tramava a morte do prefeito do município naquela época, Luiz Ricardo Chagas, o vice Ernane Santiago, o ouvidor do município Erick Franco de Sá e um empresário.

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