Um estudo envolvendo institutos de vários países do mundo pode estar próximo de chegar a uma vacina preventiva contra o vírus HIV com a participação do Amazonas. Em Manaus, a pesquisa é coordenada pela Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD), que está fazendo uma triagem de voluntários que aceitem participar do projeto. As vacinas, desenvolvidas nos Estados Unidos, já estão na capital e devem começar a ser aplicadas neste mês de dezembro.

A pesquisa está na fase 3 e consiste na testagem da vacina em 3.800 pessoas dos países Argentina, Brasil, Itália, México, Peru, Polônia, Espanha e Estados Unidos. O produto já é considerado o mais avançado ensaio clínico produzido como método preventivo ao HIV, estudado desde novembro de 2019.

O pesquisador da Fiocruz e médico da FMT, Marcus Lacerda, esclarece que a vacina não é a cura do HIV, mas sim um método preventivo que será somado a outras ferramentas, como o próprio preservativo e a recente Profilaxia Pré-Exposição (PrEP), comprimido disponibilizado pela fundação para grupos de risco. Em razão disso, só poderão participar do estudo as pessoas que não sejam portadoras do vírus HIV.

Ainda conforme Lacerda, os grupos estão sendo recrutados levando em consideração à exposição ao risco.

“Nós estamos recrutando pessoas que têm a maior vulnerabilidade, o maior risco de se infectar pelo risco de HIV, e essa é a população de homens gays, porque eles têm um risco aumentado de infecção, além de transexuais. Essas pessoas devem procurar a Fundação de Medicina Tropical para se informar sobre a possibilidade de serem voluntárias nesse estudo. Existe uma equipe preparada e treinada para fazer essa seleção”, explicou o especialista.

Participação – O recrutamento de voluntários procura homens gays e transexuais com idade entre 18 e 60 anos que morem na capital. O objetivo é alcançar, no mínimo, 100 pessoas interessadas em participar do acompanhamento da Fundação de Medicina Tropical. As análises serão coletadas periodicamente e enviadas para os Estados Unidos a fim de dar continuidade aos estudos.

Caso não haja o interesse presencial, as pessoas podem procurar o site do Instituto de Pesquisa Clínica Carlos Borborema (IPCCB), no endereço www.ipccb.org, e realizar um pré-cadastro.

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