
A Força Aérea Brasileira (FAB) corre o risco de ter que suspender voos usados para transportar autoridades públicas, como ministros de Estado, já a partir de 3 de agosto. O problema é a falta de garantia de querosene de aviação — combustível indispensável para manter as aeronaves em operação — além desta data.
Em resposta à coluna de Andreza Matais, do Metrópoles, a FAB confirmou ter sido duramente afetada pelo bloqueio orçamentário de R$ 812,2 milhões imposto ao Comando da Aeronáutica (Comaer) em maio. Segundo a Força, o contingenciamento foi “severo”, impactando “quase todas as atividades”, das operações logísticas e administrativas aos voos.
Com isso, podem ser prejudicados não só os deslocamentos de ministros e chefes de Poderes, mas também missões vitais, como o transporte de órgãos para transplantes. Apesar da crise financeira, o governo Lula determinou a construção de duas salas VIP da FAB para receber autoridades na Conferência do Clima (COP 30), marcada para Belém (PA).
Do orçamento de R$ 29,4 bilhões reservado à Aeronáutica em 2024, cerca de R$ 23,7 bilhões são comprometidos com despesas de pessoal, como salários, aposentadorias e pensões. Sobra pouco: apenas R$ 2,2 bilhões para custear insumos, incluindo combustível, e outros R$ 1,6 bilhão para investimentos. Além do abastecimento, a manutenção das aeronaves também está ameaçada pelos cortes.